Acerto de contas – O Banco Popular da China (PBoC) anunciou nesta terça-feira (11) um decréscimo significativo no valor da moeda chinesa, o yuan, que é fortemente controlada.
O PBoC definiu a chamada “paridade central” do yuan em 6,2298 para cada dólar norte-americano, em comparação aos 6,1162 no dia anterior. É o nível mais baixo em três anos. A redução de 2% marca a maior desvalorização diária do yuan desde 1994. Na China, o câmbio não é livre, mas fixado pelo PBoC.
A medida visa estimular as exportações, pois os produtos chineses ficam mais baratos com a desvalorização. No último sábado (8), a China havia anunciado uma queda de 8,3% nas exportações em julho, a maior em quatro meses e muito acima da retração de 1,5% estimada por analistas.
A China está tentando incluir o yuan no pacote de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já inclui o euro, o dólar norte-americano, a libra esterlina e o iene japonês. Mas o FMI tem se mostrado pouco receptivo à iniciativa, alegando ser verdade que yuan cumpre os critérios de ser uma moeda utilizada em larga escala para exportações, mas que outras exigências seguem problemáticas.
Entre elas está o rígido controle do câmbio por Pequim, o que tem sido um incômodo para os Estados Unidos, maior contribuidor do FMI. Washington há muito tempo acusa a China de manter o yuan desvalorizado para impulsionar as exportações, afirmando que a prática é desleal e prejudica a sua balança comercial.
A desvalorização do yuan impõe um dilema para o governo Barack Obama, que vem apostando, nos últimos anos, numa diplomacia silenciosa para tentar dissuadir Pequim a liberalizar sua política monetária.
A última alteração no grupo de moedas incluídas na reserva monetária do FMI foi em 2000, quando o euro substituiu o franco francês e o marco alemão. (Com agências internacionais)