Tiro ao alvo – Sem receita para fazer frente às despesas de um governo aparelhado, incompetente, perdulário e corrupto, a presidente Dilma Rousseff admite a criação de uma nova CPMF, depois que o retorno da malfadada contribuição, conhecida como “imposto do cheque”, foi descartado por conta da reação da opinião pública e da classe política como um todo. Preocupada com o Orçamento de 2016, que tem previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, a presidente tenta de qualquer forma angariar recursos, sob pena de mais uma vez incorrer em crime de responsabilidade.
Os partidos de oposição reagiram à notícia de que Dilma tenta reinventar a CPMF, como forma de minimizar – ou manter no patamar previsto – déficit estimado para o Orçamento de 2016, na casa de R$ 30,5 bilhões, evitando que a presidente mais uma vez incorra no crime de responsabilidade por gastar mais do que arrecada. Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) não poupou palavras para criticar a má intenção do governo.
“É mais um surto da presidente Dilma essa história de recriar a CPMF. Ela diz que não gosta da cobrança, mas defende uma nova fonte de receita. Trata-se de mais um exemplo da falta de rumo do governo”, afirmou nesta quarta-feira o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), ao comentar declarações da petista.
Em entrevista para a imprensa sobre o rombo no Orçamento, a presidente cogitou que a saída poderia ser a volta da CPMF ou a criação de outro imposto. “Eu não gosto da CPMF. Acho que a CPMF tem suas complicações. Mas não estou afastando a necessidade de criar nenhuma fonte de receita”, disse Dilma Rousseff.
Rubens Bueno reafirmou a posição do partido contra a criação de qualquer novo imposto nesse momento de crise. “Temos uma carga tributária que chega a quase 40% do PIB e serviços públicos de saúde, educação e segurança de péssima qualidade. A população e o setor produtivo estão sufocados e não têm como arcar com mais impostos. Não adianta o governo insistir. Medidas como a recriação da CPMF não passam no Congresso”, avalia o parlamentar.
Para o líder do PPS, mais uma vez a presidente não conseguiu explicar como seu governo chegou ao ponto de enviar ao Congresso uma proposta de Orçamento com déficit de R$ 30,5 bilhões. “Ele diz que o governo vai resolver, mas não diz como. Enquanto isso seu ministro do Planejamento (Nelson Barbosa) vem ao Congresso e diz que já cortou o que tinha que cortar e não tem mais o que fazer. Querem que o Legislativo resolva o problema que o Executivo criou”, criticou o deputado.
Cortes de ministérios
Rubens Bueno também aproveitou para cobrar o corte de dez ministérios prometido pelo governo. “Já se passaram duas semanas do anúncio e não temos nada de concreto. Todos sabem que só isso não revolve o problema orçamentário, mas é uma sinalização de que, pelo menos, o governo está disposto a fazer algum sacrifício. Então eu pergunto: Que ministérios serão cortados? Quantos cargos serão extintos?”, cobrou o líder do PPS.