Levy continua ministro por causa da alta do dólar, do apoio do PMDB e do conselho de Lula a Dilma

joaquim_levy_14Dia do Fico – A permanência de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda é mais um embuste esculpido com o mitômano cinzel do Palácio do Planalto, que no vácuo do desespero tenta conter uma crise múltipla que só cresce. Quando Levy, por indicação da direção do Bradesco, aceitou o convite de Dilma Rousseff para comandar a Fazenda no segundo governo da petista, o UCHO.INFO passou a chamar o ministro de “O Breve”, pois é impossível conviver com a ingerência, o mau humor e as grosserias da presidente da República.

Há muito desgastado no núcleo duro do governo, em especial por conta de ação covarde promovida por Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, Joaquim Levy por diversas vezes esteve pronto para deixar o cargo, uma vez que não encontra apoio do Executivo para implantar uma política econômica capaz de no médio prazo debelar a crise que chacoalha o País em todos os seus quadrantes.

Na tarde de quinta-feira (3), os rumores sobre a saída de Levy cresceram juntamente com a cotação do dólar. A reação do mercado foi uma forma de blindagem contra a incerteza que paira sobre o futuro por causa da instabilidade do mais corrupto e incompetente governo da história nacional.

Preocupada com a disparada da moeda norte-americana, Dilma convocou Levy para uma reunião da qual participaram os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), este último responsável pelo processo de fritura imposto ao titular da Fazenda.

Após a reunião de emergência, Mercadante, falando em nome da presidente, disse que Joaquim Levy continuava no cargo porque é “comprometido com o Brasil”. Na verdade, a permanência do ministro foi fruto de um acordo entre os participantes do encontro palaciano, já que sua saída pioraria ainda mais o cenário econômico. Pelo menos essa foi a avaliação extraída da reunião. Os palacianos imaginavam que mantendo Levy no Ministério da Fazenda o mercado de câmbio entraria na rota do descenso, o que não aconteceu. Especialistas apostam que a divisa estadunidense deve chegar em breve à incrível marca de R$ 4, o que inviabiliza a guerra do Banco Central contra a inflação.

Contudo, a permanência de Joaquim Levy na equipe ministerial só foi possível porque o PMDB, que decidiu enfrentar Dilma, optou por defender o ministro, que nos últimos meses passou a enfrentar um processo de desgaste deflagrado pelo chefe da Casa Civil, um economista sabidamente frustrado e que sempre sonhou com o Ministério da Fazenda. A decisão de apoiar Levy foi do vice-presidente Michel Temer, que há muito protagoniza uma queda de braços com Mercadante.

Outro ingrediente nessa receita do “deixa disso” foi o conselho de Luiz Inácio da Silva, que recomendou à sua sucessora a manutenção de Levy no comando da economia brasileira. O agora lobista Lula sabe que a saída de Joaquim Levy promoveria um desastre na economia, já combalida, e que seria quase impossível evitar a derrocada da “companheira” Dilma, que está diante de uma encruzilhada que contrapõem renúncia e impeachment.

Esse enxadrismo que se formou a partir da boataria sobre a saída de Joaquim Levy confirmou, mais uma vez, que Dilma é desprovida de raciocínio lógico e carente de discurso conexo. De igual modo, a presidente não tem poder de mando, pois continua sendo uma marionete de luxo sentada no colo do lobista da Odebrecht. A desconfiança que paira sobre o Brasil é tão grande, que nesta sexta-feira (4), faltando poucos minutos para o fechamento do mercado de câmbio, o dólar comercial estava cotado a R$ 3,845, alta de 2,27% em relação ao dia anterior.

Resumindo, no momento em que a economia der o primeiro sinal de mínima melhora, Joaquim Levy arrumará as gavetas e pegará o primeiro avião rumo à Cidade de Deus, sede do Bradesco, de onde jamais deveria ter saído.

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