Efeito cascata – O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto (também ex-presidente da Bancoop), e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, foram condenados, no âmbito da Operação Lava-Jato, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Trata-se da primeira condenação de Vaccari e Duque, referente a ação penal decorrente da décima etapa da operação da Polícia Federal (Que País É Esse).
Proferida nesta segunda-feira (21) pelo juiz federal Sérgio Fernando Moro, a sentença condena Renato Duque a 20 anos e 8 meses de prisão (mais multa de R$ 1,2 milhão), enquanto que no caso de Vaccari a pena é de 15 anos e 4 meses de prisão, além de multa no valor de R$ 820 mil. A dupla encontra-se presa no Complexo Médico-Penal de Pinhas, região metropolitana de Curitiba.
Na mesma ação foram também condenados: Alberto Youssef (lavagem de dinheiro), Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa), Adir Assad (lavagem de dinheiro e associação criminosa), Dario Teixeira Alves Júnior (lavagem de dinheiro e associação criminosa), Sônia Mariza Branco (lavagem de dinheiro e associação criminosa), Pedro Barusco (corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa), Mario Frederico Mendonça Goes (corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa) e Julio Gerin de Almeida Camargo (corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa).
A ação penal foca desvios em obras da Petrobras feitas pelo consórcio Interpar nas refinarias de Paulínia (SP) e Araucária (PR). De acordo com a denúncia, as empreiteiras que integravam o cartel conhecido “Clube do Bilhão” pagavam propina dentro da estatal e ao então tesoureiro petista como forma de obter contratos. Vaccari foi acusado de comandar repasses de propinas ao PT no valor de R$ 4,3 milhões, dinheiro que foi camuflado por meio da estratégia rasteira de doações oficiais à legenda.
Com as pesadas penas aplicadas pelo juiz Moro, cresce a possibilidade de Renato Duque aderir à delação premiada, já que o mesmo vem sendo pressionado pela família para seguir tal caminho, como forma de reduzir seu tempo atrás das grades ou até mesmo comutar a forma de cumprimento das setenças.
No caso de Duque decidir colaborar, a situação de José Dirceu, também preso na Lava-Jato, deve piorar muito, pois o ex-diretor da Petrobras chegou ao cargo por indicação do então comissário palaciano da era Lula.
Confirmado esse enxadrismo investigatório, o próximo passo será arrastar ao olho do furacão dois personagens de destaque a república bananeira em que se transformou o Brasil: Luiz Inácio da Silva, o lobista Lula, e a presidente Dilma Rousseff.
No caso do lobista da Odebrecht, a decretação de sua prisão é o objeto do desejo de todos os brasileiros de bem, que não mais aceitam a cleptocracia instalada no País com o consentimento explícito do ex-metalúrgico. A grande questão que paira sobre o assunto é saber qual o momento adequado para prender Lula, pois o mesmo poderia usar a prisão para ressurgir politicamente das cinzas. Na opinião do UCHO.INFO, esse sangramento político enfrentado por Lula é a melhor estratégia para desidratá-lo.
No tocante à presidente da República, o fato de sua campanha à reeleição ter recebido dinheiro do Petrolão é razão suficiente para que seja inserida de vez nas investigações da Lava-Jato, mesmo que a legislação vigente crie dificuldades para que mandatários sejam processados, o que não significa que isso não possa acontecer.