Barril de pólvora – Nos últimos tempos, nenhum evento realizado no Palácio do Planalto foi tão estranho quanto a cerimônia de posse do ex-chanceler Celso Amorim no Ministério da Defesa, até então comandado pelo gaúcho Nelson Jobim.
Entre os tantos discursos contraditórios, que serviram para enviar os mais diferentes recados, o do novo ministro causou surpresa, em especial àqueles que conhecem a fundo a real situação das Forças Armadas brasileiras. Amorim, que será uma espécie de marionete de luxo de Dilma Rousseff, disse que ninguém deve pensar que o Brasil é um país desarmado e indefeso.
Famoso por suas trapalhadas diplomáticas ao redor do planeta, o que proporcionou ao Brasil situações de dificuldades e constrangimento no cenário internacional, Celso Amorim por certo não sabe o que afirma. O Exército brasileiro, por exemplo, há muito vive dias de penúria. Tanto é verdade, que na maioria das cidades brasileiras os recrutas são dispensados antes do horário do almoço para poupar a caserna das despesas com refeições.
Na Aeronáutica, a renovação da frota de supersônicos da Força Aérea Brasileira agora se arrasta por força do corte de despesas determinado pela presidente Dilma Rousseff. E a tesourada palaciana atingiu o projeto FX-2, que se dependesse de Luiz Inácio da Silva a vencedora da concorrência seria a francesa Dassault, fabricante o caça Rafale. Na disputa estão a norte-americana Boeing, com o F-18 Super Hornet, e a sueca Saab, com o projeto Gripen NG.
Na Marinha a situação não é diferente. Não faz muito tempo, o comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, disse durante audiência pública no Senado Federal que, mantida a situação atual que vilipendia diuturnamente as forças militares, a armada naval chegará em 2015 com apenas metade de sua capacidade operacional. Para piorar ainda mais o quadro de penúria das Forças Armadas, a Marinha do Brasil, segundo seu comandante, pode parar em 2020. Diante de tal cenário, é importante saber quais informações Celso Amorim tem para afirmar de maneira incisiva que o Brasil não é um país desarmado e indefeso.
Já a presidente Dilma Rousseff deixou claro que Celso Amorim será um braço estendido na área da Defesa, pois o comando será seu. Traduzindo para o bom e velho idioma da nossa tresloucada Terra de Macunaíma, Amorim será um estafeta de luxo acionado por controle remoto. Para piorar ainda mais o clima de insatisfação que impera nas For;cãs Armadas por conta da escolha de Celso Amorim, o ex-chanceler genérico da era Lula, o trotskista Marco Aurélio Garcia, disse que “os militares sabem mandar e sabem obedecer. Eles sabem que a comandante em chefe das Forças Armadas do Brasil se chama Dilma Rousseff, que ela delega grande parte desses poderes ao ministro da Defesa, que foi o ministro Jobim, (…) e delega agora ao ministro Celso Amorim”.
Tudo o que uma ex-terrorista de esquerda menos deseja, enquanto no poder, é arrumar confusão com os militares. Como se fosse pouco, Dilma escolheu para a Defesa alguém que durante a ditadura teve problemas com os militares e acabou escorraçado da Embrafilme, como já noticiou o ucho.info. De quebra, a presidente deixa Garcia falar o que bem entende, como se o comunismo fosse a melhor receita para o sucesso do mundo. Se o capitalismo cambaleia pelo mundo afora, o comunismo já deu mostras da sua obsolescência em diversos rincões do planeta.