Silenciosa, mas intensa, disputa pela prefeitura de São Paulo começa a esquentar os bastidores da política

Disputa acirrada – Com o recesso parlamentar do meio do ano, as atenções se voltam para as eleições municipais de 2012. Na maior e mais importante cidade brasileira, São Paulo, a disputa pelo governo local já começou e promete capítulos acalorados. Uma das principais vitrines políticas do País, a capital dos paulistas, que tem um dos mais polpudos orçamentos da nação, a disputa pela prefeitura local será acirrada.

No Partido dos Trabalhadores, a queda de braços vem sendo travada entre Luiz Inácio da Silva e a ex-prefeita e agora senadora Marta Suplicy. Lula, que ainda não se acostumou com o fato de estar longe do poder, tenta emplacar o ministro Fernando Haddad, da Educação, como candidato do partido à prefeitura paulistana. Marta, que não esconde de ninguém o seu desejo de voltar ao comando da Pauliceia Desvairada, tem disparado contra o companheiro Lula. Por enquanto, a senadora petista tem levado a melhor, pois Haddad já admite que sua concorrente leva vantagem na disputa.

No PMDB, partido que integra a base aliada ao Palácio do Planalto, o candidato à prefeitura de São Paulo deve ser o deputado federal Gabriel Chalita. Ex-secretário da Educação, Chalita, que é muito ligado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi levado ao partido pelo vice-presidente da República, Michel Temer. A chegada de Gabriel Chalita no PMDB esvaziou as chances de Paulo Skaf, presidente da poderosa Fiesp, que também sonhava com o trono paulistano.

O PCdoB, que viu na eleição passada o seu candidato a senador, Netinho de Paula, perder na reta final, deve levá-lo a mais uma disputa nas urnas. O vereador-pagodeiro não goza de trânsito fácil junto ao eleitorado, pois a cada eleição vem à tona o fato de Netinho ter agredido com violência a sua ex-mulher, assunto que acabou em uma delegacia de polícia. Outra opção do PCdoB é o deputado federal Protógenes Queiroz. Delegado federal licenciado, Queiroz foi responsável pela Operação Satiagraha, que levou à prisão, mesmo que por pouco tempo, o banqueiro oportunista DD, cujo nome a Justiça nos impede de citar.

A briga maior deve ficar no PSDB. Secretário de Energia do governo paulista, José Aníbal é o primeiro tucano a se declarar interessado em disputar a prefeitura de São Paulo. Sem chances concretas, Aníbal terá de enfrentar candidatos com maior cacife político. Na terra dos bandeirantes o tucanato vive sob a influência do governador Geraldo Alckmin e do ex-governador José Serra. Por conta disso, ambos, Alckmin, assim como e Serra, tentará fazer o sucessor do prefeito Gilberto Kassab, que acaba de fundar o PSD, partido político que ainda aguarda registro na Justiça Eleitoral.

A saída para a disputa entre Geraldo Alckmin e José Serra será um candidato de consenso. E o nome que está em alta é o do secretário estadual de Cultura, Angelo Andrea Matarazzo. Ligado ao ex-presidente FHC, Matarazzo foi secretário das subprefeituras, uma espécie de xerife da cidade de São Paulo. Além de transitar com facilidade e destreza nos grupos comandados por Serra e Alckmin, o secretário da Cultura conta com a simpatia de Gilberto Kassab, de quem foi importante colaborador. Resumindo, como disse certa feita o imperador Júlio César diante do Rio Rubicão, “alea jacta est” (a sorte está lançada).