Minc baixa o tom e quer discutir pacificamente o meio ambiente

Polêmica criada
O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), prometeu há pouco colocar matérias polêmicas na pauta de votação nas próximas duas semanas. A disposição foi manifestada durante o encontro de parlamentares e do ministro do Meio Ambiente, Carlos “Colete” Minc, com Temer. O grupo quer votar a Proposta de Emenda a Constituição que inclui o Cerrado e a Caatinga entre os biomas considerados como patrimônio nacional. Parlamentares sulistas, ligados à questão ambiental, querem incluir nessa PEC o bioma dos Pampas.

O tema é nitroglicerina pura, pois contraria interesses dos produtores rurais. A bancada ruralista irá convocar Minc para uma audiência na próxima semana e promete divulgar dados contra o ministro que prometeu ao presidente-metalúrgico Lula da Silva evitar polêmicas públicas com os colegas da equipe de governo. “Sou obediente, não farei mais polêmicas públicas; ficarei no cargo até o fim do governo, mas manterei os meus princípios”, garantiu ele a jornalistas após a reunião com Michel Temer.

O ministro, que conversará na próxima semana com a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), garantiu que nada tem contra a presidente da Confederação Nacional da Agricultura. “Fiz acordos com a soja, com a cana de açúcar e com o governador Blaggi [Mauro Blaggi, do Mato Grosso], por que não posso fazer um acordo com a senadora, que é muito mais bonita e mais simpática?”. Minc e os deputados da Comissão de Meio Ambiente, onde há uma audiência pública sobre o Cerrado e a Caatinga, foram abraçados ao gabinete de Michel Temer. Foi uma manifestação política de apoio ao ministro, que continua um “ecoansioso”, como ele mesmo admite, mas garante que a imprensa é muito mais.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, apenas 8% da Caatinga é área protegida, sendo 1% de proteção integral e 7% de uso sustentável. No Cerrado, são 9% de área protegida (2% de proteção integral e 7% de uso sustentável).