Alexandre Padilha ignora as mazelas patrocinadas pelo PT e critica o tucano Alckmin durante debate

alexandre_padilha_13Óleo de peroba – O debate entre os candidatos ao governo do estado de São Paulo, realizado pela Rede Bandeirantes no último sábado (23), não contou com a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), internado no Instituto do Coração (Incor) por causa de uma infecção intestinal aguda. Por conta da ausência do tucano, que tenta a reeleição, seus adversários aproveitaram para fazer críticas ao governo paulista, como se cada candidato tivesse a capacidade de transformar promessas em realidade.

Um dos críticos mais ácidos do governo de São Paulo foi o petista Alexandre Padilha, o mais novo poste político que Lula tenta fincar em São Paulo. Seguindo a orquestração rasteira dos marqueteiros do PT, Padilha atacou questões como segurança pública, metrô e abastecimento de água. Ex-integrante do governo mais corrupto da história nacional, Padilha disse no debate que é preciso combater o tráfico de drogas.

Discurso fácil, mentiroso e oportunista, pois o governo de Dilma Rousseff, a quem Padilha serviu como ministro da Saúde, não combate o tráfico de drogas e o contrabando de armas nas fronteiras do país. Essa conivência do Palácio do Planalto com os criminosos transnacionais se deve a questões ideológicas. Membro do Foro de São Paulo, movimento que reúne a esquerda latino-americana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) viveram durante os anos iniciais do sequestro de autoridades, que rendiam polpudos resgates, mas há alguns anos a principal atividade do grupo guerrilheiro é o tráfico de drogas e o contrabando de armas na região.

Na seara das drogas, a Bolívia, que também faz parte do Foro de São Paulo, tem parte da sua economia vinculada à produção de pasta base de cocaína. Os cartéis bolivianos do tráfico produzem anualmente 300 toneladas de pasta base de cocaína, que depois de misturada é vendida ao Brasil, o maior consumidor da droga do planeta. Fora isso, o território brasileiro serve como rota de passagem para a remessa de drogas a outros países.

No momento em que o desgoverno do PT decidir combater o tráfico de drogas e o contrabando de armas, Alexandre Padilha poderá pensar em criticar a segurança pública em São Paulo, que precisa ser melhorada com muita urgência.

Na questão da água, Padilha não deveria abordar o assunto, uma vez que a estiagem que afeta o estado de São Paulo também atinge outras oito unidades da federação. O problema decorre não apenas da falta de investimentos no setor, mas principalmente da falta de chuvas, causada por questões climáticas. A falta de chuva tem prejudicado também a produção de energia elétrica, que só não foi alcançada por um colapso porque desde outubro de 2012 a usinas termelétricas trabalham sem parar.

No tocante ao transporte metroviário, o candidato do PT precisa compreender que um País com as dimensões do Brasil e problemas na mesma proporção não pode avançar sem planejamento, algo que os governantes petistas preferem ignorar. No momento em que um governo irresponsável como o de Lula decide aumentar a geração de empregos da noite para o dia, a questão do transporte público já deveria estar solucionada.

Que o PT sonha há pelo menos duas décadas em tomar de assalto o palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, todos sabem, mas Alexandre Padilha deveria economizar palavras diante de determinados temas, guardando o palavrório para explicar seu envolvimento no escândalo do Labogen, “laboratório-lavanderia” controlado pelo doleiro Alberto Youssef, preso durante a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Em suma, o estado de São Paulo está longe do ideal em termos de governança, mas no compito geral está muito acima da média brasileira.

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