Discurso de Dilma está desconectado da realidade, diz Caiado; crítica foi reforçada por Mendonça Filho

ronaldo_caiado_17Sem perdão – Líder da Oposição no Congresso Nacional, o deputado federal e senador eleito Ronaldo Caiado (Democratas-GO) reagiu ao primeiro pronunciamento oficial da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (27) – quase um mês após tomar posse de seu segundo mandato. “Discurso desconectado da realidade. Tanto que ela demonstrou desconforto, nervosismo e gaguejou o tempo todo”, disse o senador eleito.

Para Caiado, ao pedir que ministros “travem a batalha da comunicação”, a presidente quer adotar a prática que reinou em sua campanha como modus operandi do atual governo, ou seja, vender uma versão fantasiosa dos fatos sobre a atual situação do País.

“Dilma venceu a eleição defenestrando seus opositores e agora recorre ao ‘estilo João Santana’ para que ministros vendam esse Brasil de ilusão que foi forjado durante a campanha. Não se vence uma crise econômica com palavras, presidente. Não é com a continuação da mentira que a inflação vai diminuir e o país vai voltar a crescer”, criticou Caiado.

O democrata lamentou que a única diretriz presidencial apresentada para a população tenha sido a de utilizar a retórica para tentar minimizar as contradições nas ações de seu governo.

“Como é que depois de suspender R$ 10 bilhões em direitos trabalhistas se pode falar que eles são intocáveis? Como é que o Brasil quer ser uma pátria educadora retirando recursos do MEC e bolsas de ensino”, questionou.

Pacote de maldades “gradual”

Ronaldo Caiado também ressaltou a forma como a presidente insinuou que o pacote de maldades para tentar conter o desajuste fiscal do governo deve ter ainda mais arrocho ao bolso do trabalhador.

“A presidente escolhe muito bem as palavras para tentar esconder o que vem por aí. Mas se depois de tanta maldade com o bolso da classe média, com os direitos do trabalhador, com o aumento nos tributos, com a suspensão de direitos estudantis, com a escalada dor juros e do IOF, ela ainda fala em reequilíbrio fiscal ‘gradual’, é porque muita maldade ainda vem por aí”, sugeriu.

Engrossando o coro

Líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE) criticou o tom adotado pela presidente Dilma Rousseff no discurso que abriu a primeira reunião ministerial de seu governo nesta terça-feira. De acordo com o parlamentar pernambucano, a única orientação dada pela presidente ao seu ministério é seguir a cartilha de seu marqueteiro, João Santana, e travar uma “guerra da comunicação” com os fatos.

“Dilma estabelece a enganação como método de governo. Prometeu uma coisa na campanha, fez o inverso assim que assumiu, mandou a conta do descalabro econômico para a classe média e ainda tem a coragem de ir a público pregar diante de seus ministros a continuação da guerra de comunicação. Ela quer combater a crise com a retórica”, lamentou Mendonça Filho.

O democrata também lamentou o anúncio de que, apesar do corte de quase R$ 18 bilhões em direitos trabalhistas e o aumento de R$ 20 bilhões em tributos, outras medidas de ajuste fiscal contra o contribuinte devem ser adotadas. Dilma afirmou que as medidas adotadas pelo Ministério da Fazenda são de “caráter corretivo”, o que para Mendonça é a confissão de que houve falhas econômicas em seu governo.

“Se é caráter corretivo é para se corrigir algo que falhou e ainda precisa ser corrigido. A agenda de maldades não cessou e certamente essas medidas econômicas de reequilíbrio fiscal que foram anunciadas de forma gradual não afetarão o patrimonialismo político de seu governo, e, sim, o contribuinte”, afirmou.

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