Chumbo grosso – Responsável pela defesa do doleiro Alberto Youssef, o criminalista paranaense Antônio Figueiredo Basto disse, nesta sexta-feira (13), que há provas sobre a relação entre Júlio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, e o mensaleiro condenado José Dirceu de Oliveira e Silva. Na quinta-feira (12), após divulgação da informação sobre o elo entre ambos, a advogada de Camargo e assessoria do ex-chefe da Casa Civil repudiaram as denúncias, alegando a falta de provas.
Youssef, que firmou acordo de delação premiada, participa nesta sexta-feira de audiência na Justiça Federal de Curitiba, em que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, presta depoimento ao juiz Sérgio Moro. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, em outubro de 2014, Youssef disse que entregou dinheiro no escritório de Júlio Camargo, em São Paulo, e que o montante “servia para pagamentos da Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao PT, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os pagamentos à época eram [o tesoureiro do PT] João Vaccari e [o ex-ministro] José Dirceu.”
Para justificar as acusações, o doleiro disse ter “convicção de que os valores eram destinados ao PT e à Diretoria de Serviços da Petrobras, na pessoa de Renato Duque”. De acordo com o criminalista, as acusações de seu cliente não se baseiam apenas em declarações. “Isso é uma questão que tem que ser debatida nos autos. Eu tenho certeza que meu cliente [Youssef] está falando a verdade. Nós temos provas disso aí. Não é só a voz de meu cliente, há quebra de sigilos e outros indícios documentais. Não é só falar. A colaboração de meu cliente foi homologada pelo Supremo. Se não houvesse uma prova contundente isso não seria homologado.”, disse Basto.
O criminalista não descartou uma possível acareação entre o doleiro e as pessoas citadas nos depoimentos prestados na esteira de acordo de delação premiada. “O confronto vai ter que existir, inclusive pelo número de colaboradores que existem. Tenho certeza de que vai chegar uma hora que a gente vai ter que acarear todos esses caras para ver quem está falando a verdade”, declarou Figueiredo Basto.
Se as provas existem como afirma Basto, que essas sejam apresentadas para embasar uma acusação grave feita por Alberto Youssef, que disse ter convicção de que o dinheiro da propina foi repassado ao PT e a Renato Duque. É importante lembrar que indícios e convicções não servem como provas e muito menos para condenar um investigado.