Praça em carne e osso

Série de reportagens sobre a Sé, seus rostos e personagens
(*) Ana Carolina Castro e Karina Trevizan
Foto: Everton Amaro

Marco zero de São Paulo, de onde se é possível calcular a distância entre o centro da cidade e qualquer outra localidade
Marco zero de São Paulo, de onde se é possível calcular a distância entre o centro da cidade e qualquer outra localidade

A Praça da Sé, em números, tem área de 47 mil metros quadrados. Ponto turístico de São Paulo, é onde estão localizados a maior catedral paulistana e o marco zero da cidade, a partir do qual é possível calcular a distância de qualquer lugar em relação ao centro. Foi palco de comício do movimento “Diretas já”, quando um número estimado de 300 mil pessoas reivindicaram eleições para presidente sobre os ladrilhos da praça mais famosa de São Paulo.
Já a Praça da Sé em carne e osso tem de tudo. Um tudo, porém, que não é atração turística nem notícias nos grandes jornais. Desse tudo fazem parte estátuas que, de repente, mostram que são gente que merece, se o bom coração do passante permitir, uma moedinha na latinha logo ali. Há também as mulheres vestidas de ciganas que sentem algo de especial por qualquer um que chegue perto, além do poeta politizado que declama aos gritos versos contra o governo.
A Praça da Sé é a casa, literalmente, de muitos, nos quais dificilmente alguém repara. A não ser quando a mascote dos moradores de rua, uma cachorra vira-lata magra de cor bege, dá à luz a seus filhotes. O cantinho dos mendigos vira, então, foco de atenção. E não para por aí esse misto de gente de todos os jeitos que fazem parte do cenário. Camelôs, taxistas, duplas caipiras e grupos de forró também são presença marcada.
Sem falar nos engraxates com seu espaço reservado, além dos evangélicos que dividem fisicamente o chão em lotes traçados a giz. A catedral, de tão característica, é como um personagem da praça.
Cada uma dessas figuras tem sua história. E, dessa infinidade, escolhemos apenas três, que serão publicadas em série a partir desta quarta-feira..
Clique e veja a primeira reportagem da série “Praça em carne e osso”, que conta a história Alexandre Pedrezani, evangélico pregador da praça que já passou oito anos preso no Carandiru.
Clique e veja a segunda reportagem da série, sobre o músico-engraxate Antonio Martins