PAC contra a miséria: Dilma quer inventar o que o mundo inteiro até hoje não descobriu

Cópia autenticada – É verdade que Luiz Inácio da Silva deixou uma herança maldita para a sua sucessora, mas a neopetista Dilma Vana Rousseff parece empenhada em fazer da promessa de continuidade, exalada na campanha presidencial, uma verdade suprema. Nesta quinta-feira (6), na primeira sandice oficial desde que chegou ao palácio do Planalto, a presidente Dilma anunciou a criação do Programa de Erradicação da Extrema Pobreza, que já foi batizado como “PAC contra a Miséria”, após reunião com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Depois do encontro palaciano, Tereza Campello disse que o novo programa terá como referência o PAC. “Nós tiramos hoje, fundamentalmente um modelo de gestão. Nós vamos construir um modelo de gestão como fizemos para o PAC, onde queremos ter metas claras, condições de monitoramento, queremos prestar contas para a sociedade e para a imprensa sobre o monitoramento dessas metas”, declarou a ministra.

Dilma Rousseff repete o mesmo erro de seu mentor, Lula da Silva, que em 2003 fez um estrondoso alarde para anunciar o lançamento do Programa Fome Zero, que mesmo com o apoio da iniciativa privada naufragou meses depois. Na tentativa de manter vivo o seu discurso de erradicação da fome, Lula chegou a propor a cobrança de um imposto sobre a venda de refeições em todos os restaurantes do planeta. E por questões que dispensam maiores explicações a absurda ideia simplesmente evaporou, antes que se tornasse uma galhofa mundial.

A ministra Tereza Campello tratou de descartar qualquer relação com o “Fome Zero”, mas é impossível não estabelecer tal relação, pois a proposta é muito semelhante, quiçá não seja idêntica, mesmo com toda a maquiagem dispensada ao projeto pelo novo governo. “Não é o Fome Zero. O conjunto de programas que já estamos fazendo continua. Mas não é uma soma de programas. Não vamos atacar a agenda da extrema pobreza somente com transferência de renda. Ao contrário. Nossa agenda é de inclusão social e produtiva, de ampliação da rede de serviços públicos, como saneamento, oferta de água, saúde, educação, qualificação profissional. É uma agenda focada na pauta de extrema pobreza, mas que conta com um conjunto de ofertas de ampliação de cidadania e oportunidade de emprego”, afirmou Campello.

Há uma forma eficiente de erradicar a fome e a miséria, mas o PT, desde Lula da Silva até Dilma Rousseff, prefere não enxergar o óbvio. Garantir o acesso dos cidadãos ao trabalho e a uma remuneração minimamente adequada é o caminho mais curto para acabar com a fome. De nada adianta, por um lado, falar que o Brasil será a potência da vez dentro de uma década, se por outro o governo insiste em manter sob a égide de programas sociais um obediente curral eleitoral. Ao longo de oito anos, o programa “Bolsa Família” serviu para garantir a reeleição de Lula e manter em alta os seus índices de popularidade.

Lula chamou de imbecis aqueles que criticaram o “Bolsa Família”, mas é sabido e constatado que o programa conseguiu criar uma enorme massa de brasileiros avessos à labuta. Até porque, mensalmente o dinheiro aterrissa na conta de cada um dos inscritos. Nos Estados Unidos existe programa semelhante, mas os alarifes ianques trocam a ajuda oficial por cerveja, rum e charuto. Enfim, como os petistas são herdeiros de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada, o melhor a se fazer é esperar para ver até quando a mais nova pirotecnia palaciana produzirá luz e barulho.