Influências políticas e sindicais criam no Ibama ambiente de desmando

Fauna de predadores – Ficou pior o ambiente dentro do Ibama depois da exoneração “a pedido” do presidente do Instituto, Abelardo Bayma Azevedo. A autarquia vive uma espécie de desmando há vários meses por uma série de motivos, entre eles, influências políticas, sindicais e a pressão do Palácio do Planalto pela aprovação de projetos desenvolvimentistas. Há pelo menos 30 projetos na alçada do Ministério de Minas e Energia que aguardam parecer dos analistas ambientais do Ibama.

Com aproximadamente quatro mil servidores, segundo estimativa fornecida na quarta-feira (12) pela Assessoria de Comunicação Social, o órgão tem problemas em áreas estratégicas. A principal delas se concentra na fiscalização e depois na análise de projetos que ficam engavetados meses, em alguns casos mais de um ano.

Os atritos internos entre servidores dificultam ainda mais o andamento dos projetos para obtenção de parecer, seja para aprovação ou rejeição. Segundo um servidor ouvido pela reportagem do ucho.info, há um desmando generalizado na sede, em Brasília, e na maioria das superintendências estaduais. “Cada um faz o que quer”, resume.

O cargo de presidente está sendo ocupado interinamente pelo servidor Américo Antunes, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestal. Ligado ao Partido dos Trabalhadores desde os tempos em que trabalhava em Santa Catarina, Américo imagina ocupar definitivamente a presidência. Terá de vencer a saúde precária, os obstáculos políticos e garantir a confiança da ministra Isabella Teixeira e da própria presidente Dilma “Lulita” Rousseff.

O ex-presidente, Bayma Azevedo teria se demitido por “razões pessoais”, segundo carta encaminhada à ministra Isabella. O motivo seria outro, inclusive aquele que provocou a saída em abril do ano passado de Roberto Messias. Ele foi alvo de pressões de ambientalistas e de representantes das áreas econômica e energética do governo, principalmente pelos licenciamentos ambientais.