Para o desespero do Palácio Planalto e dos brasileiros endividados, Copom deve aumentar os juros

O céu é o limite – O mercado financeiro nacional aguarda com ansiedade a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que se reúne na quarta-feira (19) para decidir sobre a taxa básica de juros. De acordo com especialistas, a Selic deve sofrer aumento de meio ponto percentual, no vácuo da ameaça do ressurgimento da inflação, tema que tem tirado o sono de muitos dos assessores de Dilma Rousseff.

Para o professor de macroeconomia da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP), Rogério Mori, as atuais condições econômicas do país indicam a majoração da taxa básica de juros, o que comprometerá ainda mais as contas do governo federal. “O Copom enfrenta pressões inflacionárias de curto prazo que devem ser intensificadas nas próximas semanas, sobretudo, no grupo alimentação. Isso se deve ao aumento das chuvas que afetam a oferta de alguns produtos agrícolas, provocando a alta dos preços”, afirma o professor da FGV.

Em sua análise, Rogério Mori lembra que no início do ano é comum a inflação ser pressionada por aumentos pontuais, como os de mensalidades e materiais escolares. “Some-se a isso o fato de que é a primeira reunião do Copom no novo governo, que deverá mostrar já na partida seu compromisso de manter a inflação em um patamar baixo. Esses fatores compõem um cenário concreto para elevação dos juros”, explica o economista, acredita que “as expectativas de inflação deverão continuar subindo nas próximas semanas, reagindo à alta da inflação de curto prazo. Nesse contexto, é provável que uma ação do BC na área monetária venha a conter esse processo, para sinalizar que a autoridade monetária não tolerará uma alta da inflação.”

Confirmada a expectativa do mercado financeiro, a alta da Selic impactará no custo do dinheiro ao consumidor, prejudicando a aquisição de bens e serviços e comprometendo o crescimento da economia. Fora isso, a majoração da taxa básica de juros provocará um efeito cascata nas dívidas contraídas pelos consumidores que apostaram nos apelos do então presidente Luiz Inácio da Silva, mas eu agora frequentam o rol dos inadimplentes.

Em outro ponto, destaca Rogério Mori, “os juros do cheque especial, do cartão de crédito e demais operações de empréstimo deverão ser elevados. Do ponto de vista de investimentos financeiros, a renda fixa volta a ter cada vez mais atratividade em um cenário de juros altos”. Não custa lembrar que os juros ao consumidor encerraram 2010 na incrível marca de 119,9% ao ano. No cartão de crédito, os juros para quem paga a fatura depois da data de vencimento, os juros chegaram a extorsivos 240% ao ano.

Mesmo assim, a presidente Dilma Rousseff insiste em aparecer publicamente emoldurada pelo slogan utilizado por seu antecessor, o mitômano Lula da Silva, e que ela própria adotou, “Brasil, um país de todos”. Só se for dos banqueiros e afiliados.