Peemedebista descarta a volta da CPMF, quer mais verbas para a Saúde e pode atrapalhar Dilma

Pedra no caminho – Ao defender o PMDB dos ataques disparados pelo Palácio do Planalto, que acusa os aliados políticos de fisiologistas, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) lembra que a legenda não é apenas um apêndice do apoio a Dilma Rousseff, mas é parte integrante do governo federal. Até porque, o vice-presidente da República, Michel Temer, emprestou ao PT, entre tantas coisas, o horário a que o partido tinha direito no rádio e na televisão durante o período eleitoral.

Dilma vem tentando aparar as ainda pontiagudas arestas com o PMDB, sendo que Temer tem atuado como elo para dirimir as pendengas que separam o PMDB do Congresso e a sede do Executivo nacional. O maior problema a ser enfrentado por Dilma Rousseff está na Câmara dos Deputados, onde a possibilidade de rebelião é evidente e cada vez maior.

Membro da Frente Parlamentar da Saúde, o médico e deputado Darcísio Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul, foi claro ao declarar, na terça-feira (1), que o partido cobrará da presidente Dilma mais investimentos na área da Saúde e exigirá dos governadores o investimento de 12% dos orçamentos estaduais no setor.

Perondi lembrou que, em 2010, o governo federal arrecadou com folga e diante disso fica sepultado o eventual retorno da CPMF – a volta aconteceria sob o nome de CSS – assunto que o ucho.info noticiou com exclusividade logo após a queda da malfadada contribuição que ficou conhecida nacionalmente como “imposto do cheque”.

Tão logo teve a sua vitória nas urnas confirmada oficialmente, Dilma foi aconselhada por assessores a transferir a responsabilidade pelo ressurgimento da CPMF aos governadores, em operação costurada com alguns aliados. E quem puxou o coro foram os governadores reeleitos Cid Gomes, do Ceará, e Eduardo Campos, de Pernambuco, ambos filiados ao PSB.

Darcísio Perondi foi enfático ao afirmar que o Congresso Nacional precisa aprovar a Emenda 29, que destina mais recursos para a Saúde, e encerrar o assunto de uma vez por todas, pois o setor precisa da atenção do Estado e da ação dos seus operadores.

A fala do deputado gaúcho reforça a tese aqui explicitada de que o convívio de Dilma Rousseff com o Parlamento, principalmente com a Câmara dos Deputados, não será fácil e muito menos suave. Se conseguir cumprir com as promessas feitas, Dilma por certo fará um passeio no Congresso Nacional, que há muito deixou de ser uma Casa bicameral que defende os interesses do povo e da nação para se transformar em um clube privado de negócios milionários.

Fora isso, a dificuldade do Palácio do Planalto em lidar com os congressistas será maior porque o ministro de Relações Institucionais, o petista Luiz Sérgio, não se entende com o próprio cargo. Ou Dilma se apressa na divisão do bolo, ou será atropelada pelo guloso trator do PMDB.