Faca amolada – Com a mudança de Gilberto Kassab para o PSB, resultado de um eficiente e silencioso trabalho de bastidores feito pelo governador Eduardo Campos (PE), a prefeitura da cidade de São Paulo será alvo, de agora em diante, de uma onda de demissões continuada. Na eventual fila da degola estão os políticos ligados a José Serra, muitos deles recepcionados por Kassab logo após o ex-governador paulista ter deixado o Palácio dos Bandeirantes para concorrer à Presidência da República, em 2010.
O desembarque no Partido Socialista Brasileiro, que foi noticiado pelo jornalista Claudio Humberto e que deve acontecer oficialmente em setembro, tem como meta tornar inserir o prefeito paulistano em um partido da base aliada da presidente Dilma Rousseff, o que em tese manteria as esperanças de Gilberto Kassab de em 2014 disputar o governo de São Paulo com o apoio do PT. Algo que na prática dificilmente acontecerá. No contraponto, o plano do PSB é lançar o deputado federal Gabriel Chalita, muito ligado ao governador Geraldo Alckmin, à sucessão de Kassab.
Nessa provável limpeza que Kassab promoverá na prefeitura da maior cidade brasileira, o jurista Cláudio Lembo, ex-governador e integrante da velha guarda do PFL, legenda que antecedeu o Democratas, pode ser um dos primeiros a deixar o grupo do prefeito. Lembo, que está à frente da Secretaria de Negócios Jurídicos da prefeitura de São Paulo, é atualmente uma espécie de prefeito de fato.
Recentemente, a cúpula do Democratas esteve em São Paulo para fazer agrados a Gilberto Kassab, na tentativa de evitar que o partido perdesse mais espaço da vitrine política nacional. Ao que parece, a traição de Kassab foi sórdida e planejada com a devida antecedência. Diante disso, não está descartada a possibilidade de o DEM ir à Justiça para reivindicar o mandato de Kassab.
