São Paulo naufraga e para novamente, mas o magnânimo Kassab prefere o silêncio

Arca de Noé – Preocupado com seu futuro político e a eventual criação de um novo partido, o prefeito Gilberto Kassab (Democratas) não tem encontrado tempo suficiente para dar explicações aos moradores da maior cidade brasileira, que sofrem com as constantes enchentes que muitas vezes transformam São Paulo na versão tropical de Veneza.

Depois de um domingo de tempestade e inundações por toda a cidade, os paulistanos enfrentaram até tarde da noite uma segunda-feira de verdadeiro caos na capital do mais importante estado brasileiro. A chuva que caiu durante o dia provocou mais de 50 pontos de alagamento, transformou ruas e avenidas em canais e deixou perto de 100 semáforos em pane, o que complicou ainda mais o já complexo trânsito da cidade.

Desde que a temporada de chuva que vem castigando a Pauliceia Desvairada, Gilberto Kassab tem tratado o assunto com desdém e ironia. Para justificar os deslizamentos de terra, que voltaram a ocorrer na madrugada desta terça-feira (1), o Kassab coloca a culpa nos moradores, que na opinião do alcaide erram ao ocupar áreas impróprias. Quando a prfeitura cobra impostos sobre um imóvel, mesmo que localizado em área irregular, subentende-se que houve uma regularização por parte do poder público.

Para se ter ideia do caos em que se transformou a cidade de São Paulo na semana que antecede o Carnaval, por volta das 22h30 leitores do ucho.info telefonaram à redação para informar que enfrentavam dificuldades para cruzar a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, via que ligas a Zona Sul à região central. Logo em seguida, outros leitores enviaram mensagens pelo celular com informações sobre as condições do trânsito. Às 23h15, a região do Pacaembu, bairro da Zona Oeste da capital paulista e que abriga o Estádio Paulo Machado de Carvalho, tinha trânsito completamente parado. O mesmo aconteceu na Rua das Palmeiras, no bairro de Santa Ifigênia, região central.

Covarde, Gilberto Kassab não é diferente dos outros tantos administradores que passaram pelo comando da cidade de São Paulo, que sempre submergiram diante de situações caóticas como a dos últimos dois dias. Para que nossas críticas não se concentrem em Kassab, a petista Marta Suplicy, quando prefeita, abusou de sua sempre destemperada verborragia ao comentar os estragos feitos pela chuva em um bairro paulistano. “Pobre é falso, diz que não tem nada, mas qualquer chuvinha diz que perdeu tudo”, declarou a então prefeita Marta Suplicy.

Fato é que pela sua importância e pujança, São Paulo merece administradores menos insanos e não tão covardes. (Foto: Mastrangelo Reino – Folhapress)