Senadora Kátia Abreu surpreende ao fazer rasgados elogios ao governo da petista Dilma

Olho na sobra – A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), uma das mais ativas parlamentares da oposição, usou a tribuna do Senado na noite de quarta-feira (3) para fazer elogios à política de ajuste fiscal do governo e à decisão da presidente Dilma Rousseff de fixar o salário mínimo em R$ 545. O Democratas queria R$ 560.

Nos bastidores comenta-se que a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estaria com um pé fora do seu partido, com chances de integrar a nova legenda que deverá integrar a base governista. O Partido da Democracia Brasileira, ainda não oficializado, deverá ter em suas fileiras o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, hoje no Democratas, e os irmãos Cid e Ciro Gomes, ainda filiados ao PSB.

O jornal “Estadão”, de Tocantins, lembra nesta quinta-feira (3) que Kátia subiu à tribuna em nome da liderança do partido, sob o argumento de que criticaria a medida provisória que capitaliza o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas acabou por fazer tantos elogios ao governo que mais parecia uma senadora da base aliada.

Começou por justificar sua decisão de apoiar os R$ 545 para o mínimo e não o valor que indicavam seu partido e a oposição. “A presidente (Dilma Rousseff) apresentou um salário possível, compatível com a realidade atual, anunciou um corte de despesas significativo, de R$ 50 bilhões”, disse a senadora, para surpresa de todos, governo e oposição.

E continuou: “Os economistas, inclusive, indicam que deveria ser de R$ 60 bilhões e que, ainda assim, deveríamos subir 1% a taxa de juros, não por gosto, mas pela necessidade por que o País está passando neste momento”. Ela disse que votará a favor de qualquer medida, por mais impopular que seja, desde que vise o ajuste fiscal e mesmo que contrarie seu partido: “Cumpri a minha palavra. Deixei de votar com o meu partido. Votei com o Brasil, votei contra a inflação”.