Sobe consciência dos caminhoneiros para os crimes sexuais contra crianças e adolescentes

Mais velhos – Uma boa notícia foi divulgada pelo “Programa na Mão Certa”, que apresentou nesta segunda-feira (9) à tarde uma pesquisa realizada entre 343 caminhoneiros. O resultado do levantamento realizado em sete cidades, entre junho e setembro do ano passado, concluiu que aumentou a consciência desses profissionais com a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Em 2010, 37% disseram saber que essa prática é errada e, por isso, são contra. Em 2005, esse índice era de apenas 20,8%. Outro dado importante é que 82,1% afirmaram que não fizeram sexo com crianças ou adolescentes. Há seis anos, esse percentual foi bem menor (63,2%), de acordo com a “Childhood Brasil”, que realizou o levantamento a pedido do Na Mão Certa.

Houve um aumento na percepção de que o sexo com crianças é uma forma de exploração. Em 2010, 32% dos motoristas disseram acreditar que existe alguém explorando as crianças que estão nas estradas. Percebe-se mais a implicação dos adultos na exploração sexual, sejam como clientes ou como exploradores (cafetões, pais ou agenciadores).

Sobre a atividade propriamente dita, os caminhoneiros passam 19,08 dias na estrada, um dia a menos que em 2005, e esperam mais tempo pela carga, com média de 57,89 horas, tempo que varia de acordo com a sazonalidade de cargas. No entanto, o grupo de controle passa em média 12 dias na estrada e 36 horas esperando por carga.

O caminhoneiro tem, em média, 41,85 anos de idade, um pouco acima da observada no estudo anterior que foi de 38 anos de idade. O tempo médio de profissão também é maior, passando de 15,32 anos para 17,39 anos em 2010.

Esta pesquisa foi patrocinada por três signatários do Pacto Empresarial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras: Instituto Arcor Brasil, Fibria e MAN Latin America. Em novembro de 2006, quando foi lançado o Pacto Empresarial, 65 empresas signatárias iniciaram a mobilização empresarial em favor da causa; hoje são 926 empresas engajadas na educação, sensibilização e capacitação de motoristas e pessoas que atuam direta ou indiretamente nas rodovias do País.

Os motoristas entrevistados também confirmaram que estão mais familiarizados com as leis e os serviços de proteção a crianças e adolescentes. A maioria dis¬se conhecer o Conselho Tutelar (91,6%), o Estatuto da Criança e do Adolescente (76%), o Juizado de Menores (76,6%), a campanha contra exploração de crianças e adolescentes no Brasil (61,7%) e o Disque-Denúncia (56,2%).