Tarso Genro volta a defender o ex-terrorista Battisti e diz que Itália tem um governo “fascistóide”

Ataque à imprensa – Governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro colocou pimenta na demorada pizza em que se transformou o caso de extradição do ex-terrorista Cesare Battisti, que continua preso numa das celas do complexo prisional da Papuda, em Brasília. Genro, um fiel escudeiro de Battisti, afirmou que o governo italiano trata o Brasil como uma nação juridicamente de segunda categoria, “num arroubo colonial fascistóide”.

A declaração foi publicada nesta segunda-feira (16) no site do companheiro José Dirceu, outro defensor da permanência do italiano condenado pela morte de cinco pessoas na Itália. O ex-ministro da Justiça, autor da negativa de extradição assinada pelo então presidente Lula da Silva, é mais agressivo contra o governo da Itália. “O governo italiano elegeu a atenção ao caso Battisti para arranjos políticos internos, desrespeitou o estado de direito do Brasil e ofendeu os juristas brasileiros durante todo o tempo”.

Os comentários em resposta às perguntas formuladas pelo blog do Zé Dirceu surgiram por conta da manifestação da Procuradoria Geral da República. Na semana passada a PGR encaminhou parecer contra o pedido de extradição ao Supremo Tribunal Federal. O STF já tinha se manifestado pela expulsão, mas deixou a última palavra com Lula da Silva, que recusou o pedido italiano.

Nesta semana, é provável que os ministros da Suprema Corte brasileira decidam definitivamente sobre o caso que se arrasta há meses. É provável que Battisti acabe ficando mesmo no Brasil para fugir da prisão italiana.

Tarso Genro destila raiva contra jornalistas e a imprensa por conta da idéia da extradição. “Na verdade, ocorreu durante o caso Battisti no Brasil uma brutal manipulação da informação pela grande imprensa. A mídia, com as exceções normais, ocupou-se em divulgar meias verdades, meias mentiras. Essa campanha, inclusive, escondeu o fato gritante de que, nos processos judiciais na Itália, nenhum assassinato atribuído ao Battisti foi comprovado segundo as regras normais do processo penal vigentes em países democráticos”.