Qualificação profissional enxertada no “Brasil sem Miséria” é cortina de fumaça para reduzir críticas

Filme conhecido – O plano “Brasil sem Miséria”, lançado pela presidente Dilma Rousseff na quinta-feira (2) em meio à crise provocada pelo escândalo do patrimônio de Antonio Palocci Filho, ministro –chefe da Casa Civil, consumirá anualmente R$ 20 bilhões e beneficiará aproximadamente 16 milhões de pessoas que vivem em estado de extrema pobreza.

O programa, que é mais um apêndice do “Bolsa Família”, promoverá não apenas distribuição de renda, mas qualificação profissional aos beneficiados com idade entre 18 e 65 anos, segundo informações da assessoria do Palácio do Planalto.

Trata-se de uma estratégia para minimizar as críticas que há anos marcam o “Bolsa Família”, pois a opinião pública entende que as chamadas esmolas sociais levam as pessoas ao ócio remunerado, como vem acontecendo nos estados que concentram o maior número de pessoas beneficiadas. A saída encontrada pelos assessores presidenciais é uma cortina de fumaça, pois é sabido que ensinar uma profissão ao beneficiado não garante que o cidadão procurará um trabalho, mesmo que sabendo um ofício. E não há como condicionar o pagamento do benefício a um trabalho efetivo em dado momento do programa.

Tentativa semelhante foi feita no “Bolsa Família”, que inicialmente exigia do inscrito no programa a manutenção dos filhos na escola. Com o passar do tempo, tal exigência caiu no limbo do esquecimento e o programa virou uma farra.