Disputa antecipada pela prefeitura de São Paulo pode aumentar a silenciosa crise entre PT e PMDB

Queda de braço – A eleição presidencial de 2014 já dá o tom da queda de braço que domina os bastidores da política nacional. Maior e mais importante cidade brasileira, São Paulo já vive as articulações visando às eleições municipais de 2012 e as de dois anos mais tarde. E esse cenário deve contribuir sobremaneira para o estica e puxa que marca a relação do PT e do PMDB na Esplanada dos Ministérios. Eleito deputado federal pelo PSB paulista, Gabriel Chalita desde o último sábado (4) é o mais novo integrante pelo PMDB, que pretende lançá-lo como candidato à prefeitura paulistana, que também está na alça de mira do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também cristão novo no PMDB.

O PT compareceu ao evento promovido pelo PMDB para chamar os holofotes para Chalita, mas deve manter-se neutro em relação à candidatura daquele que na campanha presidencial ajudou Dilma a aplacar os ânimos dos católicos por ocasião da defesa que a petista fez do aborto.

Sempre disposto a tomar o poder dos tucanos em São Paulo – na capital ou no estado –, o PT tem conhecimento que disputar a prefeitura da capital paulista será uma árdua empreitada, mas o partido recobra os ânimos quando lembra que na cidade a então candidata Dilma Rousseff teve 46% dos votos no segundo turno da corrida presidencial, em 2010. Entre os pré-candidatos do PT à prefeitura de São Paulo estão a senadora Marta Suplicy e o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). Ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci Filho corria por fora, mas o escândalo da sua empresa de consultoria financeira tirou-o do páreo com antecedência.

Acontece que o candidato do PSDB à administração da Pauliceia Desvairada será José Serra, o que pode obrigar o PT a uma operação no melhor estilo Cavalo de Tróia. E não causará surpresa alguma se o partido anunciar o nome de Luiz Inácio da Silva como candidato à prefeitura de São Paulo.