Líder do PMDB na Câmara se esconde de Palocci que tentou encontrá-lo no final de semana

Dilma aguarda – Se depender do PMDB, a agonia do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci Filho, vai continuar. As principais lideranças do partido aliado do Palácio do Planalto tem se esquivado dos apelos de Palocci, que está cada dia mais enrolado com seu enriquecimento milionário nos últimos quatro anos, especialmente em 2010.

No final de semana as tentativas de uma conversa telefônica com o líder da bancada peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) foram todas frustradas. É que o deputado não quis atender Palocci que acionou até o chefe de gabinete do parlamentar.

O ministro tem pressa em construir um mínimo de articulação política, já que nem mesmo o seu partido, o PT, formalmente esboçou qualquer apoio. No Palácio informou-se esta manhã que a presidente Dilma Rousseff espera a Procuradoria-Geral da República (PGR) para decidir o destino de Palocci.

A tendência é que o procurador-geral, Roberto Gurgel, opte por uma investigação oficial diante das denúncias de enriquecimento ilícito do ministro. A decisão poderá ocorrer até quarta-feira [acreditava-se que poderia acontecer na última sexta-feira (3)].

Há 22 dias, o ministro está sob ataques da oposição e de setores da base aliada por causa do rápido aumento de patrimônio, que levantou suspeitas de enriquecimento ilícito. De 2007 até o fim do ano passado, ele multiplicou seu patrimônio por 20, informação confirmada pelo ministro na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional de sexta-feira, quando pela primeira vez deu explicações públicas sobre o caso.

Segundo lembrou o repórter Leonêncio Nossa, do “O Estado de S. Paulo”, no último dia 20, o procurador-geral pediu a Palocci esclarecimentos sobre o aumento do patrimônio pessoal. Números confirmados pelo ministro, na entrevista à TV, mostram que foi no final do ano passado que mais aumentou a renda de sua empresa de consultoria, a Projeto.

Justamente nesse período, Palocci comandava a equipe de transição de governo e, paralelamente, mantinha a empresa. Segundo ele, a Projeto já estava fechada quando assumiu a pasta da Casa Civil, em janeiro.

A oposição encaminhou duas representações contra Palocci. A partir das respostas do ministro, Gurgel vai decidir sobre um eventual pedido de abertura de investigação.
Neste fim de semana, Dilma e auxiliares diretos fizeram avaliações sobre a performance do ministro na entrevista ao JN. A presidente se sentiu incomodada ao ouvir o ministro dizer na entrevista que não podia divulgar a sua lista de clientes.

Neste fim de semana, houve mais desgaste político com a divulgação de que Palocci aluga um apartamento de 640 metros quadrados, em Moema, zona sul de São Paulo, de uma empresa que usaria laranjas e endereços falsos. Em nota, o ministro ressaltou que não tem responsabilidade sobre os atos do locador.