Motim de bombeiros do RJ por melhores salários pode desencadear manifestações em todo o País

Efeito dominó – O motim protagonizado por 439 bombeiros militares do Rio de Janeiro, presos por ordem do governador Sérgio Cabral Filho, tem todos os ingredientes para, além da mobilização que acontece diante da Assembleia Legislativa fluminense, deflagrar um efeito cascata em todo o País.

Se por um lado Cabral Filho agiu corretamente ao determinar a prisão dos amotinados, por outro o governador acenou aos bombeiros com uma proposta paliativa, pois atende apenas os que estão na ativa. Depois de chamar os rebelados de “vândalos”, o governador disse que até o final de 2011 os bombeiros do Rio receberão R$ 2 mil, valor que só será possível por conta das gratificações.

Acontece que esse tipo de proposta não contempla os bombeiros militares da reserva, pois as gratificações não são incorporadas à aposentadoria. Vale lembrar que o motim do Rio de Janeiro expõe a frágil situação em que se encontram as corporações policiais em todo o Brasil, o que pode desencadear uma onda de protestos em todos os estados. Há algumas semanas, policiais militares do Maranhão articularam um movimento rebelde por conta dos baixos salários.

Tal situação será utilizada à vontade por parlamentares oportunistas, que subirão à tribuna para defender a aprovação da PEC 300, que cria um piso nacional de salário para policiais e bombeiros militares. Se os governos federal e estaduais não chegarem a um acordo sobre a matéria, os brasileiros que se preparem para enfrentar uma lufada de insatisfação das corporações policiais.