Agora sob nova direção, Casa Civil teve destaque nas eras de Golbery do Couto e Silva e José Dirceu

Dupla de peso – A história política brasileira deixa claro que o chefe da Casa Civil deve ser no mínimo melhor e mais competente do que o presidente da República. Desde o golpe militar até hoje, o Brasil teve dois destacados nomes à frente do mais importante ministério. O primeiro, sem dúvida imbatível pela competência, foi o general Golbery do Couto e Silva. Deixando de lado a truculência que dominou os plúmbeos anos, os quais nós do ucho.info condenamos com convicção, Golbery foi um grande articulador. Flanava na esquerda com a mesma facilidade com que caminhava na direita. E vice-versa. Tanto é assim, que os esquerdistas o chamavam de “Henry Kissinger brasileiro”. Crítico implacável da chamada “linha dura”, Golbery permaneceu à frente da Casa Civil de 15 de março de 1974 a 6 de agosto de 1981.

Sem considerar a sua virulência política, o que lhe rendeu a acusação de chefiar o “Mensalão do PT”, José Dirceu de Oliveira e Silva, o pretérito Pedro Caroço, merece destaque na história da Casa Civil. Reconhecidamente mais competente que Luiz Inácio da Silva, a quem teoricamente respondia, José Dirceu tinha o governo nas mãos. Errou ao acreditar que o esquema de cooptação de parlamentares à base de mesadas regulares garantiria a implantação de uma ditadura civil no País, algo a que o PT continua se dedicando de maneira incessante.

Com a saída de Antonio Palocci Filho, a presidente Dilma Rousseff convidou a estreante senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a vaga deixada pelo agora ocioso e milionário consultor financeiro. Gleisi esteve à frente de uma secretaria de Estado no Mato Grosso do Sul e comandou a diretoria financeira do capítulo brasileiro da binacional Itaipu. O que não a credencia para assumir o ministério dos ministérios. A nova ministra afirmou que seu trabalho será o de gerenciar os projetos de obras de todo o governo, mas é preciso saber quem assumirá a articulação política do governo de Dilma Rousseff, que apesar dos almoços que tem oferecido a parlamentares da base aliada não é talhada para tarefa tão árdua e delicada. Seja por questões de personalidade, seja por conta da sua frágil saúde.

Diante do cenário que rompe esta quarta-feira (8), os oposicionistas têm à disposição todas as ferramentas para exigir que o Palácio do Planalto compreenda o estrito significado da palavra democracia.