Gleisi Hoffmann assume a Casa Civil, mas governo está órfão no campo da articulação política

Mais do mesmo – O convite da presidente Dilma Rousseff à senadora Gleisi Helena Hoffmann, do PT paranaense, para substituir o companheiro Antonio Palocci Filho mostra que a Casa Civil sofrerá um esvaziamento político. De acordo com a nova ministra, seu papel será o de administrar os projetos do governo federal. Enfrentando uma grave crise política, Dilma terá de escolher um novo articulador político ou, então, assumir a tarefa que não combina com a forma truculenta de tratar as pessoas.

Sobre a escrivaninha de Dilma Rousseff havia vários nomes para substituir Palocci, muitos deles com competência política, mas a presidente abusou da insensibilidade ao escolher uma senadora com apenas cinco meses de mandato, mas que ganhou a simpatia palaciana por conta de seu desempenho durante a votação do pífio salário mínimo. Ou seja, Dilma deu mostras claras de que fazer política não é seu forte.

Fica então a pergunta que não quer calar. Por qual razão a presidente convidou a estreante Gleisi Hoffmann para assumir a mais importante pasta do governo? Primeiro porque a indicação passou pelo crivo de Luiz Inácio da Silva, que, confirmando as especulações da campanha presidencial de 2010, transformou-se em ventríloquo da sucessora. A segunda razão para a escolha de Gleisi é meramente eleitoral. A nova ministra garantiu palanque para Dilma no Paraná e agora na vitrina política se cacifa para disputar o direito de ocupar o Palácio Iguaçu.