Um dos artífices da decisão que levou o governo brasileiro a anunciar a compra de caças franceses para renovar a frota de supersônicos da FAB, o ministro Nelson Jobim, da Defesa, viu o seu empenho ser aniquilado com a chegada de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. Após um longo período de ostracismo, o gaúcho Jobim ressurgiu na cena política durante o último final de semana ao afirmar que a infraestrutura aérea estará pronta para a Copa do Mundo de 2014.
A fala de Jobim se contrapõe à realidade atual da aviação brasileira, que sofre sobremaneira com o caos que impera nos principais aeroportos do País. No último sábado (11), a Infraero registrou atraso em quase metade dos 1.089 voos programados, sendo que 115 acabaram cancelados.
Logo após a FIFA anunciar o Brasil como sede da Copa de 2014, o secretário-geral da entidade maior do futebol, Jérôme Valcke, externou sua preocupação com a situação dos aeroportos brasileiros e acabou sendo chamado de “idiota”por Lula da Silva, que à época exalava seu messianismo boquirroto na condição de presidente da República. Recentemente, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a privatização de alguns dos principais aeroportos brasileiros, mas especialistas no assunto acreditam que essa decisão não é suficiente para solucionar o problema.
Fora isso, a declaração do ministro Nelson Jobim foi no mínimo estranha e surpreendente, pois a pasta da Defesa acabou esvaziada para a criação da Secretaria da Aviação Civil. Em outras palavras, ou Jobim interferiu na seara alheia ou o secretário de Aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira, tem deixado a desejar. (Foto: Editora Abril)
