Enxurrada de carros nas ruas faz preço dos estacionamentos ultrapassar o limite do razoável

Mãos ao alto – No final de 2008, quando Luiz Inácio Lula da Silva ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados, como alternativa para enfrentar os efeitos da crise financeira internacional, os jornalistas do ucho.info não apenas classificaram o pedido como irresponsável, mas alertaram para o perigo do endividamento e da inadimplência. À época, Lula disse que torcíamos contra o Brasil, quando na verdade fiscalizamos o Estado como forma de proteger os cidadãos das mazelas que emolduram a política nacional.

Na mesma ocasião, o ucho.info insistiu na tese de que a venda descontrolada de automóveis novos, resultado das benesses tributárias para o setor, provocaria nas grandes cidades brasileiras transtornos inimagináveis, como já acontece. Sem que nenhum centavo dos impostos arrecadados tenha sido investido na melhoria da mobilidade urbana, as grandes metrópoles do País sofrem com a piora do trânsito, algo que antes da chamada “marolinha” já era algo insuportável.

Se trafegar pelas ruas e avenidas de muitas cidades brasileiras é uma missão insana e que exige doses extras de paciência, encontrar uma vaga para estacionar o carro leva o motorista à loucura. Por conta do aumento do volume de carros nas ruas, as autoridades foram obrigadas a reduzir o número de vagas de estacionamento público como forma de melhorar a fluidez do trânsito. Tal decisão beneficiou os estacionamentos privados, que têm faturado cada vez mais. Uma pesquisa realizada recentemente detectou que na maioria da importantes cidades verde-louras o preço dos estacionamentos subiu 105% acima da inflação.

Em São Paulo, uma das maiores cidades do planeta e a maior do País, alguns estacionamentos cobram R$ 15 pela primeira hora e R$ 8 pelas demais, dependendo do tamanho do veículo. Os manobristas de bares e restaurantes, os chamados “valets”, são ainda mais abusados. Alguns chegam a cobrar R$ 20 do incauto motorista, que entrega o próprio veículo a um irresponsável que deixará o automóvel estacionado na rua. Nas proximidades de estádios de futebol e casa de shows, estacionar o carro em dia de eventos pode custar até R$ 50, dependendo da virulência do dono do estacionamento ou do “flanelinha”.

Diante de mais um escandaloso avanço no bolso do consumidor as autoridades nada fazem, pois as empresas que controlam os estacionamentos nas grandes cidades fazem generosas doações de campanha durante o período eleitoral. E como nessa louca Terra de Macunaíma nada acontece por aças ou de graça, a conta dessa brincadeira criminosa precisa ser paga por alguém.