E-commerce brasileiro amplia negócios com mil sites no segmento de “compra coletiva”

Aumento de 2000% – Quando se insere o termo “compra coletiva” no buscador de um site nacional de venda de livros, os itens que surgem após o “Enter” seguem um padrão rígido: são edições de 2011, em primeira edição, e que não saem por menos de R$ 40. Os resultados dizem muito do setor sobre o qual as obras versam. Trata-se de um ramo recente do universo virtual — com disseminação nos EUA em 2009 e, no Brasil, ao longo do ano passado —, ainda descobrindo os próprios limites operacionais, e que faz girar muito dinheiro.

O mercado brasileiro de portais de compras coletivas calcula que, em 2010, movimentou R$ 100 milhões nessas transações, nas quais empresas oferecem produtos e serviços com descontos de até 90%, desde que se alcance uma quantidade superlativa de compradores num curto espaço de tempo, geralmente 24 horas, e dentro de uma só cidade ou região metropolitana.

Em 2011, o segmento espera movimentar R$ 2 bilhões, um aumento de 2000% sobre o ano anterior. Não chega a ser um despautério, aparentemente. O setor de e-commerce brasileiro como um todo faturou R$ 14,8 bilhões em 2010, segundo balanço da eBit divulgado em março último. Ainda assim, esse valor se deu sobre um crescimento de “apenas” 40% sobre o registrado em 2009.

“A previsão de R$ 2 bilhões tem respaldo na realidade, sim, por causa do aquecimento que se verifica no comércio e do buzz que há em cima das compras coletivas. Muitas pessoas têm tido sua primeira experiência de compra online por meio de um site desse tipo”, afirma Luiz Trindade, vice-presidente da Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi) e sócio-diretor da iThink.

Vive-se, no Brasil, uma febre empreendedora no ramo das compras coletivas, com cerca de mil sites do gênero no ar, segundo o que se comenta no mercado. Nos EUA, são aproximadamente 400. Até as operadoras de telefonia móvel Claro e Vivo pretendem lançar portais do gênero ainda no segundo semestre de 2011, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (14), na “Folha de S. Paulo”.

Outro demonstrativo do quanto o País se identifica com as compras coletivas está nos número da Groupalia, espanhola que ocupa o quarto lugar no ranking nacional do setor e está presente em 75 cidades, espalhadas por Espanha, Itália, Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru. A empresa faturou 10 milhões de euros no mês de junho, sendo que, de seus 9 milhões de usuários cadastrados, 4 milhões são brasileiros.

A ClickOn, terceira maior no Brasil, foi criada há 14 meses e espera crescer 120% em seu segundo ano de vida, em que começa a se voltar para mercados dos quais anda distante, como Manaus e Belém. Marcelo Macedo, cofundador e CEO do portal, também reconhece a importância de se aproximar das empresas menores na busca pela qualificação das ofertas. “Ainda são muito mais fortes, no nosso site, as marcas pequenas e médias, embora eu tenha visto algumas grandes empresas com presença maior: a Tam, a Vivo, o Walmart. Mas é uma participação pequena, mesmo em faturamento. Ousaria dizer que são 5% do total. E temos mais de mil parceiros por mês”. As informações são do “Meio e Mensagem”.