Diretor da ANP rebate acusações e afirma que reportagem da revista Época tem motivações comerciais

Chumbo trocado – Centro das denúncias trazidas pela revista “Época” em sua última edição, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, informou aos demais dirigentes do órgão que as acusações contidas na matéria são mentirosas e têm motivações comerciais. “A matéria é inteiramente falsa. É uma retaliação à ANP pelo fato da revista Época ser a única revista que nós não incorporamos na campanha publicitária que a Agência está fazendo sobre os elevados índices de não adulteração que conseguimos”, escreveu Lima no comunicado distribuído aos seus pares.

“Recentemente, a ANP resolveu festejar a enorme vitória que obtivemos, rebaixando o grau de adulteração de combustíveis do país, de 10% a 2% nos últimos oito anos. Revistas, redes de TV e rádios receberam o material da campanha. Houve revista em que o material ocupou página inteira. Recomendei para que Época não participasse de nada. A revista reclamou, com insistência, para a Secretaria de Comunicação do Governo, a Secom, em Brasília. Esta nos pediu explicação, que foi dada. A orientação não foi mudada. Época não recebeu nada. Quinze dias depois, lança essa campanha difamatória contra a ANP”, explicou Haroldo Lima.

Em nota enviada aos veículos de comunicação, a assessoria de imprensa da ANP informa que “a revista veiculou falsidades e desconsiderou dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos. Generaliza suas aleivosias irresponsáveis e agride toda a comunidade que trabalha na Agência”.

Sobre a acusação de que dois funcionários da ANP cobraram R$ 40 mil de propina para livrar empresas do ramo de combustíveis dos mais diversos problemas como adulteração de gasolina, a Agência informa que ambos jamais integraram o quadro de funcionários do órgão. “Os Srs. Antonio José Moreira e Daniel Carvalho, que aparecem na gravação e foto divulgadas e foram apresentados, repetidas vezes, na reportagem como “assessores da ANP”, nunca foram assessores desta Agência. Nunca foram sequer do quadro de servidores permanentes da Agência. Antonio José Moreira é servidor da Procuradoria da Fazenda Federal e foi destacado para o acompanhamento de processos da ANP, atuando em dependência da Agência, como ocorre com os demais órgãos públicos. Daniel Carvalho foi apenas estagiário na ANP. Além disso, a revista maldosamente os apresenta como se estivessem hoje na ANP, sendo que ambos já estão fora dessa Instituição há mais de dois anos”, informa a nota. (Foto: Revista Exame – Editora Abril)

Confira abaixo a nota divulgada pela assessoria de imprensa da ANP

“A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) repele, energicamente, as acusações feitas pela revista Época em reportagem de capa da edição de 23/7/2011. A revista veiculou falsidades e desconsiderou dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos. Generaliza suas aleivosias irresponsáveis e agride toda a comunidade que trabalha na Agência. Em respeito a seus servidores e à sociedade, a ANP presta os seguintes esclarecimentos:

Os Srs. Antonio José Moreira e Daniel Carvalho, que aparecem na gravação e foto divulgadas e foram apresentados, repetidas vezes, na reportagem como “assessores da ANP”, nunca foram assessores desta Agência. Nunca foram sequer do quadro de servidores permanentes da Agência. Antonio José Moreira é servidor da Procuradoria da Fazenda Federal e foi destacado para o acompanhamento de processos da ANP, atuando em dependência da Agência, como ocorre com os demais órgãos públicos. Daniel Carvalho foi apenas estagiário na ANP. Além disso, a revista maldosamente os apresenta como se estivessem hoje na ANP, sendo que ambos já estão fora dessa Instituição há mais de dois anos.

A reportagem também não informa que, tendo tomado conhecimento em 2009 da gravação referida na matéria, um funcionário da Assessoria de Inteligência da própria ANP acompanhou a advogada Vanuza Sampaio, ao Ministério Público para a apresentação da denúncia, ficando claro que a ANP estaria, como permanece até agora, à disposição do Ministério Público para os esclarecimentos necessários.

Essas informações, que a reportagem ignora, tinham sido fornecidas pela ANP à Revista Época há mais de dois anos.

O ex-superintendente de Abastecimento da ANP Edson Silva interpelou judicialmente a advogada Vanuza Sampaio, através de seccional da OAB/RS, para que confirmasse em juízo as acusações agora veiculadas pela revista Época. Em sua resposta, a advogada negou que tivesse conhecimento de qualquer irregularidade por ele praticada.

Edson Silva afirma que jamais autorizou quem quer que seja a falar em seu nome ou fazer tratativas do tipo que a revista lhe atribui e nega que tenha havido qualquer encontro em um “café nas cercanias da sede da ANP, no centro do Rio”, como consta na reportagem.

A ANP nunca teve conhecimento de qualquer irregularidade praticada pelo ex-superintendente de Abastecimento Roberto Ardenghy.

As insinuações feitas por Época contra o ex-diretor Victor Martins, merecem também nossa repulsa e o nosso protesto, vez que a revista Época volta a se apoiar em denúncias levantadas há anos e que foram consideradas falsas, depois de ampla investigação, pela já referida CPI do Senado Federal.

Ao contrário do que afirma a revista, a ANP não se exime de fiscalizar nem tolera irregularidades no mercado de combustíveis. A prova maior disso é a qualidade dos combustíveis brasileiros, que estão de acordo com os melhores padrões mundiais, resultado do rígido controle exercido pela ANP, que envolve operações regulares de fiscalização realizadas em coordenação com o Ministério Público, órgãos estaduais e municipais.

Quanto à acusação de aparelhamento político, a revista Época desconsidera que o quadro permanente de servidores da ANP só foi constituído na atual administração, por meio de dois concursos públicos que permitiram a contratação de mais de 650 servidores, repita-se, todos concursados. São profissionais capacitados, que servem à sociedade com dedicação e correção, não sendo merecedores do tratamento ofensivo que lhes foi dispensado pela revista.”