Bancada do PT quer conciliar interesses com o Palácio do Planalto, mas Gleisi ignora “companheiros”

Prioridades – A bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara pretende afinar o discurso com o Palácio do Planalto. A reunião, logo mais à noite, acontece em meio a uma divergência interna sobre a realização de prévias para escolha dos candidatos às eleições municipais do próximo ano. A questão não encontrou consenso nem mesmo no Campo Majoritário, a maior tendência do partido, da qual faz parte os grandes nomes da legenda, como José Dirceu, Lula da Silva e João Paulo Cunha, todos do estado de São Paulo.

No encontro desta segunda-feira (1), os parlamentares que estiverem em Brasília se encontrarão com as ministras Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, que tem encontrado resistências dentro da bancada pela sua maneira de conduzir os assuntos do governo. Suas ligações para os colegas servem apenas para comunicações e isso tem desagradado os petistas. O clima criado pela própria ministra explica o fato de Gleisi ainda não ter confirmado sua presença na reunião.

Já Ideli, com um pouco maior de traquejo na questão política, tem surpreendido os colegas e até os partidos da base governista. A ex-senadora tem sido bem mais humilde que a sua colega. Vai às reuniões disposta a ouvir e a conciliar. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), participará da rodada de discussões.

A assessoria do líder do partido na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), disse que os temas a serem discutidos no encontro são restritos à bancada e as decisões serão reveladas à imprensa somente na terça-feira (2), ao final do evento. Em entrevista ao site do PT, Paulo Teixeira deixa claros os desafios e as prioridades da bancada neste semestre – que são, basicamente, os temas da pauta do encontro, segundo revelou a agência “Política Real”.

“Os nossos desafios são construir uma tranquilidade para o governo Dilma Rousseff e fazer as mudanças que estão sendo requeridas no País”, revela o líder do PT. Segundo ele, há duas questões principais: a reforma política e a reforma tributária.

“Temos que entregar um novo sistema político para a sociedade brasileira, mais republicano, protegido da influência do poder econômico, mais permeável a toda a população brasileira para que ela possa disputar o poder ou participar da definição dos grandes temas nacionais, e precisamos fazer uma reforma tributária que garanta maior racionalidade para quem quer gerar emprego”, sugere Teixeira.