Crianças usam mais as redes sociais para se comunicar, mas especialista minimiza importância

Busca de conhecimento – A troca de email não faz parte das principais atividades das crianças na web. De acordo com o estudo “Conicktado”, feito pela Viacom Networks Brasil em parceria com os institutos de pesquisa ONIdea e Play, para o público entre 8 e 14 anos, o email funciona apenas para fazer o cadastro em redes sociais.

Dos 8 aos 9 anos, 82% dos entrevistados possuem correio eletrônico. Dos 10 aos 12 anos, o número cai para 55%, enquanto que dos 13 aos 14 anos apenas 27% usam o serviço.

O estudo também apontou que as crianças brasileiras têm contato com a internet a partir dos seis anos. Para 91% dos entrevistados dessa faixa etária, a web representa diversão. Já dentre o público a partir dos oito anos, 54% deles informaram que a internet é a principal fonte de busca de conhecimento. A interação, por sua vez, se torna a principal característica da rede para as crianças a partir dos 10 anos, que se conectam para falar com amigos e interagir com outras pessoas.

Também em relação ao local de acesso a faixa etária exerce influência. As crianças entre 8 a 10 anos entram na web em computadores em casa, na casa de avós ou tios, ou a partir da escola. A partir dos 11 anos, os entrevistados afirmaram que acessam a internet com mais liberdade: de computadores em seus quartos, na casa de amigos, em lan houses ou pelo celular.

O poder da mobilização via redes sociais também foi constatado. De acordo com a gerente de pesquisa da Viacom Networks Brasil, Beatriz Mello, as crianças acabam desenvolvendo habilidades diferentes e se tornando um consumidor mais atento. Como exemplo, ela cita o episódio do aumento do custo do pão de queijo na cantina de um colégio em São Paulo. Após uma mobilização, o assunto foi um dos mais comentados no Twitter e o pão de queijo voltou ao preço anterior.

No entanto, a reclamação não é a principal atividade das crianças nas redes. Para 55% dos entrevistados, as redes são usadas para conversar com amigos, enquanto 36% preferem os jogos e 15% postar e ver fotos. As crianças apontam ainda que as redes sociais são usadas para auto-afirmação ou promoção, avisar os amigos sobre o que estão fazendo, perguntar e responder sobre a vida deles e também interagir e se divertir.

O estudo entrevistou cerca de 150 crianças com idade entre 8 e 14 anos das cidades de São Paulo, Recife e Porto Alegre durante o mês de junho. O Conicktado é uma rede de relacionamento fechada, criada em 2010 especialmente para descobrir gostos e costumes de crianças e adolescentes, e prever as tendências desse público.

Mark Batey, diretor regional da DraftFCB para contas da Kraft Foods na América Latina afirma que as mídias sociais vêm recebendo uma importância exagerada no mundo do branding. “Não digo que as mídias sociais não tenham sua importância, mas temos que manter o bom senso. Estamos falando de uma nova ferramenta, uma nova plataforma. As mídias sociais não são uma panaceia e não substituem nada: elas devem amplificar o que acontece com as mídias tradicionais”.

Para ele, a maior contribuição das redes sociais é fomentar o diálogo da marca com seus usuários e fãs. As mídias sociais são mais um canal de comunicação para eles. Com informações do “Meio e Mensagem”.