Diplomacia brasileira protagoniza novo fiasco ao não saber se apoia os líbios que clamam por democracia

Em cima do muro – É no mínimo estranha a decisão da diplomacia brasileira de avaliar uma mudança de posição que culmine com o apoio aos rebeldes líbios, que há seis meses travam uma guerra civil no país árabe com o objetivo de decretar o fim da ditadura comandada pelo coronel Muammar Al-Khaddafi, que chegou ao poder em 1969.

De acordo com informações divulgadas pelo porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, está conversando com representantes da Liga Árabe, União Africana, Índia e China para decidir se anuncia oficialmente apoio do governo brasileiro aos que se opõem ao regime do ditador líbio.

De acordo com Tovar Nunes, o recente apoio da Liga Árabe aos rebeldes líbios não interferirá na decisão do governo da presidente Dilma Rousseff. Esse tipo de impasse denota que o Brasil está sob uma ditadura civil, que só não é vista a olhos nus porque os pirotécnicos anúncios que emanam do Palácio do Planalto produzem uma cortina de fumaça que anestesia a consciência popular e impede o cidadão de enxergar o óbvio.

O fato de o Itamaraty depender a opinião de outras nações para tomar uma posição em relação à Líbia é a prova maior de que os palacianos são adeptos confessos de modelos ditatoriais. Quando Muammar Al-Khaddafi se aproximou do então presidente Luiz Inácio da Silva, com direito a visita oficial ao Brasil, o Itamaraty, à época comandado pelo esquerdista de carteirinha Celso Amorim, não precisou consultar autoridades estrangeiras para saber se o ditador líbio merecia o apoio do governo verde-louro.

Não se sabe ao certo o resultado dessa insurgência que nos últimos seis meses colocou a Líbia debaixo de uma guerra civil, mas por enquanto é certo que os rebeldes exigem a retomada da democracia. E se o governo de Dilma Vana Rousseff ignorar tal reivindicação, é porque o Brasil está, sim, caminhando a passos largos rumo à ditadura. De esquerda, é claro, mas ditadura.