Recuo de Dilma em relação ao combate à corrupção nos ministérios reforça a prática adotada por Lula

Na contramão – Por questões de sobrevivência política, a presidente Dilma Vana Rousseff decidiu suspender a faxina que começou logo após as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, DNIT e Valec. A assepsia que a presidente prometeu fazer começou a perder força quando pastas comandadas pelo PMDB passaram a frequentar o noticiário como focos de irregularidades.

No discurso que fez recentemente em São Paulo, por ocasião de reunião com os governadores do Sudeste e do anúncio da convergência dos programas “Bolsa Família” e “Renda Cidadã”, Dilma Rousseff começou a esvaziar o termo utilizado para sinalizar a limpeza que vinha sendo realizada na Esplanada dos Ministérios, alegando que faxina no Brasil somente contra a miséria.

Durante jantar oferecido a peemedebistas na terça-feira (23) pelo vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, a neopetista Dilma comunicou aos aliados que nenhuma nova mudança deve ocorrer nos ministérios, exceto a pedido das legendas que integram a base de apoio.

Esse recuo é perigoso, pois mostra que Dilma continuará refém dos partidos que lhe dão sustentação no Congresso Nacional. Independentemente do anúncio feito por Dilma, o importante é frisar que nenhuma faxina foi feita até então, pois substituir peças significa varrer a sujeira para debaixo do tapete. É sabido que campanhas eleitorais no Brasil custam verdadeiras fortunas e quem chega a qualquer uma das Casas do Legislativo federal jamais entregará seu apoio por ideologia ou patriotismo. Especialmente porque política é um negócio exclusivo e muito rentável.

No caso de querer promover uma grande mudança no País, Dilma Rousseff deve adotar uma forma republicana de se relacionar com o Congresso, sob pena de passar para a história como mais uma figura política que endossou a corrupção, a exemplo do que fez seu antecessor, o espalhafatoso Luiz Inácio da Silva. Dilma deve mostrar aos parlamentares situacionistas a importância dos projetos enviados ao Parlamento pelo Palácio do Planalto, mas jamais conseguir a aprovação dos mesmos na esteira de um escambo criminoso e antipatriótico.

Ao interromper a faxina, que deixou de ser faxina, Dilma simplesmente repete o que Lula da Silva fez com a derrocada do “Mensalão do PT”, esquema de cooptação de parlamentares por meio de pagamento de mesadas regulares, assunto que terminou com o indiciamento de quarenta pessoas.