Estão fora – A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados conta com 27 membros titulares e mais 27 suplentes. Do número de titulares, nove integram a chamada bancada do Nordeste. Nenhum deles, no entanto, compareceu na audiência pública da manhã desta quinta-feira (25) para debater com convidados, entre eles, dois representantes da Braskem, as medidas para evitar um novo acidente na Unidade Industrial de Cloro Soda Alagoas, em Maceió.
Também não estiveram presentes os dois únicos deputados representantes de Alagoas e membros da comissão, Amauri Teixeira, do PT (terceiro vice-presidente da comissão), e Célia Bonfim, do PTB. Eles integram os quadros de dois partidos que tem em suas bandeiras a defesa “intransigente” dos trabalhadores.
A audiência pública foi importante para colocar frente a frente sindicalistas, parlamentares e os prepostos da multinacional. A pauta teve a finalidade de discutir dois incidentes que poderiam ter maiores conseqüências nos dias 21 e 23 de maio passado.
No primeiro, houve vazamento de cloro, que gerou pânico na população, pois 130 pessoas, entre adultos e crianças, tiveram de receber atendimento médico em hospitais com sintomas de intoxicação respiratória. No segundo acidente, cinco funcionários acabaram feridos após rompimento de uma tubulação na madrugada daquela segunda-feira.
Os riscos ou a cobrança de soluções junto à líder no mercado de resinas termoplásticas das Américas – com foco em polietileno, polipropileno e PVC -, parece não ter sensibilizado os parlamentares do Nordeste, especialmente os dois de Alagoas. O requerimento foi apresentado por um deputado do Rio de Janeiro, Aluízio dos Santos Jr. (PV-RJ), pois das 28 unidades industriais no Brasil, algumas ficam no Rio de Janeiro. As outras estão na Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul e Alagoas.
O auditor do Trabalho, Elton Machado, garantiu que as “medidas foram tomadas para que a coisa não se repita e acidentes desta natureza não se repitam lá em Maceió”. Em todo o caso, ele acredita os acidentes poderiam ter sido evitados.
Para ele, “o aumento do teor da substância perigosa, tricloramina, com o não uso do equipamento específico para degradá-la, na nossa visão, poderia evitar”, segundo registra a agência “Política Real”. A empresa alega que teria feito simulações em softwares de última geração e essa concentração não seria esperada.
Após o primeiro acidente, a Braskem lançou uma nota em que lamentava o ocorrido e que “todas as providências” foram tomadas. Na audiência de hoje, o diretor industrial de Vinílicos, Álvaro Cezar de Almeida, afirmou que o acidente foi fruto da imprevisibilidade. Aproveitou para comentar sobre o potencial da empresa e disse que estão sendo investidos no Brasil cerca de R$ 1 bilhão.
A Braskem é uma das principais empresas exportadoras brasileiras, com presença em cerca de 60 países e em todos os continentes com a produção anual anualmente de 15 milhões de toneladas de petroquímicos e químicos intermediários.
