Presidente do PT ataca o “jornalismo de mordaça” na cantilena do partido contra a imprensa

Mordaça estrelada – O PT pretende combater o que foi denonimado pelo presidente da legenda, Rui Falcão, no domingo (4), de “jornalismo partidário”, o que segundo ele se instalou em veículos da imprensa. Institucionalizar a “censura”, entenda-se controle, sobre os meios de comunicação. O que o PT deseja é a limitação de direito de propriedade no espectro das emissoras de rádio e TV. Mais de 1.500 delegados participaram do encontro a portas fechadas, de sexta a domingo (4). O tal marco regulatório voltou a fazer parte dos planos do PT, por meio de uma “campanha forte” para ser aprovado no Congresso Nacional.

“Queremos que os veículos assumam claramente a sua vocação partidária, como a Fox News nos Estados Unidos. E lá existe regulação”, afirmou Rui Falcão no último dia do 4º Congresso do PT, em Brasília. “O que nós queremos é democratizar as informações, ter múltiplas versões. Não queremos um jornalismo partidário como muitas vezes se verifica em alguns veículos.” Essa cantilena, que embute uma tentativa de “censura”, às diversas mídias, é velada e contém digitais conhecidas.

Trata-se da proposta produzida pelo ex-ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, em reformulação no Ministério das Comunicações, e que deverá ser enviada pelo governo, com algumas alterações ao Congresso.

Além de Martins, quem não se lembra de Luiz Gushiken, no governo Lula, reclamando que não havia notícia “boa”, entenda-se pró-governo, nos jornais. Agora, o PT tenta novamente disfarçar uma mordaça. De acordo com Falcão, o projeto da mordaça velada deverá “garantir a liberdade de imprensa e o direito à opinião, sem nenhum tipo de censura, mas democratize as informações no País e dê a possibilidade de não haver versão única”. Mas versão única é o que não acontece graças à liberdade de imprensa em uma democracia à brasileira.

Mas quem o PT pretende atingir? Sem nominar, Falcão tergiversou. O PT defenderá a limitação de propriedade cruzada de concessões, mas deixou algumas pistas. “São grupos que detêm mais de um veículo, e deveria haver algum tipo de limitação à propriedade. Mas não controle de conteúdo”, disse. Baseado um texto com a chancela do ex-ministro Franklin Martins, dificilmente o projeto não trará dispositivos de censura embutido.