Filiação de Amazonino Mendes ao PDT irrita lideranças e provoca debandada no diretório de Manaus

Conselho de ética – O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que nesta semana, assim que for oficializada a filiação de Amazonino Mendes ao PDT, entrará com uma representação no Conselho de Ética. O documento, que será assinado também pelo senador Cristóvão Buarque (PDT-DF) e pelo deputado federal José Antônio Machado Regufe (PDT-DF), tem por finalidade barrar a assinatura da ficha do prefeito de Manaus no partido.

A transferência partidária de Amazonino Mendes foi costurada a partir de um acordo entre o presidente nacional do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson (RJ), e pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (RJ), presidente licenciado da executiva nacional. O objetivo é viabilizar a candidatura do velho cacique político do Amazonas à reeleição da prefeitura na disputa de 2012. Amazonino Mendes poderia não ter a legenda disponível para concorrer por conta de divergências com os petebistas locais.

Ocorre que a filiação de Amazonino ao PDT provocou uma debandada de velhas lideranças pedetistas no estado. Um dos que estão deixando o partido é o ex-senador Jefferson Praia, que até esta semana preside a comissão provisória da executiva de Manaus. Outra baixa é a de Mário Frota, que anunciou que deixará a liderança da bancada do PDT na Câmara Municipal de Manaus em protesto pela chegada do prefeito.

As lideranças nacionais do partido saem em auxílio dos colegas amazonenses por conta do passado de Amazonino Mendes. Ele coleciona diversas legendas em suas filiações partidárias, desde a antiga Arena, passando pelo PFL e pelo PTB, onde se encontra atualmente. “Não cabe o nome dele no PDT”, resume Cristóvão Buarque.

O ex-governador do Amazonas é acusado de crimes relacionados à Lei de Licitações. O petebista é o único candidato à prefeitura de Manaus que aparece na lista da Associação dos Magistrados do Brasil. Ele já foi prefeito de Manaus (1983-1984 e 1993-1994), governador do Amazonas (1987-1990, 1995-1998 e 1999-2002) e senador (1991-1992). Em nota divulgada em julho de 2008, quando concorreu novamente à prefeitura, Amazonino afirmou, “a grosso modo”, não responder a nenhum processo “como quer fazer crer o Ministério Público Eleitoral”. Ele comparou a ação do MPE “à época da ditadura militar”.