Conselho de Ética da Câmara decide se abre processo de cassação contra Valdemar Costa Neto

Alça de mira – A Câmara dos Deputados está prestes a oferecer mais uma enorme e mal cheirosa pizza ao povo brasileiro. Neste momento, o Conselho de Ética da Câmara realiza sessão para decidir se acolhe ou rejeita o pedido de abertura de processo de cassação do mandato do deputado federal Valdemar Costa Neto, do PR de São Paulo, conhecido nos bastidores da política como o verdadeiro dono da legenda.

Valdemar Costa Neto, o Boy, foi acusado de envolvimento direto no esquema de superfaturamento de obras e cobrança de propinas que emoldurava o Ministério dos Transportes, cujos escândalos proporcionaram a queda do então ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), que desde então retomou o mandato de senador da República.

Valdemar Costa Neto, que durante o imbróglio do “Mensalão do PT” renunciou ao mandato parlamentar para não ser cassado, o que o tornaria inelegível, disse que não há qualquer prova contra ele. O advogado do parlamentar, Marcelo Bessa, disse que as denúncias publicadas por diversos órgãos de imprensa não cotam os nomes das empresas supostamente envolvidas no esquema, os valores e as obras com irregularidades. Sobre o caso do empresário paulista que procurou o vereador Agnaldo Timóteo para denunciar cobrança de propina por parte de Costa Neto, o defensor disse que nada ficou provado.

( Da esquerda para a direita: deputados Carlos Sampaio, Fernando Francischini, José Carlos Araújo, Valdemar Costa Neto e o advogado Marcelo Bessa)

Se por um lado Valdemar Costa Neto e seu advogado alegam não haver provas que justifiquem a abertura de um processo de cassação, por outro o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) disse, como contradita, que a demissão de vinte servidores do Ministério dos Transportes e o relatório do TCU sobre superfaturamento de obras do DNIT no valor de R$ 680 milhões justificam o aprofundamento das investigações em busca de provas. Só assim, de acordo com o deputado paranaense, será possível decidir se o pedido de cassação deve ou não ser arquivado.

Um mandato eletivo não se cassa com base em conjecturas ou evidências, como sugeriu certa vez o então deputado petista José Dirceu, mas Valdemar Costa Neto deveria ser contemplado com a cassação pelo conjunto da obra. E quem duvidar dessa sugestiva e providencial honraria (sic), que busque os registros da CPI dos Correios e outras investigações sobre o “Mensalão do PT”. Até porque, por melhor que seja o salário de um deputado federal, sentar-se constantemente diante da mesa de cassinos é regalia para poucos e muito ricos.