Denúncia de uso de dinheiro público em campanha atinge a deputada gaúcha Manuela D’Ávila, do PCdoB

Esporte bancário – No rastro das denúncias que atingiram o ministro Orlando Silva e, por tabela, o PCdoB, outro escândalo provoca arrepios na deputada comunista Manuela D’Ávila. Pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre nas eleições do próximo ano, a parlamentar teria usado dinheiro público desviado de programas oficiais em sua campanha eleitoral para a prefeitura de Porto Alegre, em 2008.

Assim como o ministro Orlando Silva e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT (já pertenceu aos quadros da agremiação), Manuela é alvo também de acusações de ex-militante do partido. Em seu gabinete, a secretaria parlamentar informou que a deputada está em Brasília, mas não soube dizer onde ela poderia ser encontrada. A assessoria de imprensa teria sido acionada para responder às acusações, mas não respondeu aos telefonemas da reportagem do ucho.info.

Muito estranhamente, na terça-feira (18), Manuela D’Ávila, que é ex-namorada do atual ministro José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), estava na primeira fila da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, ao lado do também deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acompanhando o depoimento do ministro do Esporte.

A notícia que atinge Manuela vem pelas mãos do blogueiro Políbio Braga, que tem como domicílio a cidade Porto Alegre. Ela surge por conta de um processo que tramita na 4ª Vara Criminal da capital gaúcha, que conteria informações sobre a investigação de cinco candidatos a prefeitos nas eleições de 2008. Na relação constaria o nome de Manuela D’Ávila, que concorreu em Porto Alegre.

O processo foi montado a partir de uma operação policial batizada de “Cartola”, cuja finalidade era comprovar a arrecadação não-contabilizada para a campanha do PCdoB. O dinheiro sujo serviria para cobrir as despesas que não foram apresentadas oficialmente à Justiça Eleitoral. O PCdoB teria pago perto de R$ 1 milhão em despesas, dinheiro que, segundo o partido, saiu do Fundo Partidário.

De acordo com Políbio Braga, o caso não foi denunciado à época pela polícia e sequer pelo procurador Geraldo Da Camino, que deu início ao inquérito e requisitou a Operação Cartola. A denúncia inicial de Da Camino atingiu oito prefeitos, três dos quais não tinham relação com a intrincada história e foram descartados de pela polícia.

Além de grampos e gravações, há uma carta do ex-diretor de Esportes de Alvorada, Márcio Taylor, que detalha a forma de repasse do dinheiro público ao Secretário da Juventude e Esportes, Nelson da Silva Flores, sob o argumento de que os recursos financiaram a campanha de Manuela D’Ávila. A carta estava com o prefeito João Carlos Brum, do PTB, e foi apreendida na operação policial.