Ministro vive como zumbi na Esplanada dos Ministérios, mas Dilma não demite Orlando Silva

(*) Margo Martins, do Blog do Magno Martins –

O ministro Orlando Silva virou um zumbi no governo. Não manda em mais nada, perdeu o controle das obras da Copa e resiste num sangramento de dar piedade. O mais estranho é a postura da presidente Dilma, que esvaziou a pasta do Esporte, não recebe o ministro, permite a sua fritura e não abre diálogo com o seu partido, o PCdoB, para encontrar uma saída.

A presidente tem um estilo próprio, diferente do de Lula. Construiu essa imagem na demissão de Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Nelson Jobim (Defesa), quando agiu mais rápido do que se esperava.

Com exceção de Jobim, todos foram degolados por cometer irregularidades gravíssimas. No caso de Orlando, Dilma já perdeu muito tempo e poderia ter evitado o prolongamento da crise com o PCdoB se tivesse, lá atrás, afastado o ministro sumariamente. Dá saudade de Itamar!

Na era do pão de queijo, o ex-presidente, embora mineiro, agia rápido no gatilho. O acusado recebia o cartão vermelho com a condição de fazer a sua defesa fora do cargo. Se viesse a comprovar a inocência ganharia o direito de reassumir a função. Do contrário, não havia volta.

Para não constranger a presidente, o próprio ministro poderia tomar a iniciativa de propor sua defesa fora do cargo. Mas, como já usou até uma rede de tevê para repetir o que vem dizendo por aí, só restaria a Dilma impor a sua autoridade e afastá-lo. Ao se manter no cargo, como um morto vivo, Orlando passa a impressão de que manda mais do que a presidente, o que é péssimo.