Encalhe de panetones nos supermercados transforma a crise em indesejado presente de Natal

Surpresa desagradável – Nada mais pode tão bem representar a chegada antecipada do Natal do que a presença de panetones nas prateleiras dos supermercados. Quando isso acontece, o consumidor não resiste à tentação, mas deixa de perceber que o ano está a um passo do fim.

Com a aproximação das festas natalinas, planos e promessas para o ano seguinte não faltam. De conquistas materiais a mudança de hábitos, passando por tranquilidade emocional e amorosa, tudo vale nessa enxurrada de crendice. Acontece que se depender dos dias atuais 2012 pode não ser um ano tão promissor quanto desejam os incautos.

Enquanto garantem que o País passará ao largo das consequências da crise econômica que abala a Europa, as autoridades brasileiras apostam no consumo interno para fazer das próprias promessas uma realidade. Acontece que a retração da economia verde-loura, que é bem maior do que registram as estatísticas oficiais, começa a ser sentida facilmente no cotidiano.

Com a costumeira disparada de preços que acontece nas semanas que antecedem as comemorações natalinas, muitos produtos típicos da época começam a encalhar, mesmo com preços convidativos. O que mostra que o consumidor, ao contrário do que deseja o Palácio do Planalto, não está disposto a gastar ou, então, está endividado aos bolhões.

O mais evidente sinal de que a economia não vai bem está nas promoções que supermercados e lojas fazem de forma antecipada para desovar os estoques de panetones, presença obrigatória em quase todas as mesas postas para celebrar o nascimento de Jesus. Como a comemoração do Natal, mesmo que emoldurada pelo viés consumista, tem fundo religioso, a melhor saída é continuar saída é continuar acreditando que milagres acontecem, não sem antes apelar a uma reza forte para espantar a inflação, principal item da herança deixada por Luiz Inácio da Silva, o messiânico Lula.