Balanço da ocupação de favelas cariocas revela o grau de ineficiência do governo brasileiro nas fronteiras

Olhos fechados – Entremeada pelo feriado da Proclamação da República, o que a tornou mais curta e improdutiva, a semana termina com um fato importante: a ocupação das favelas da Rocinha, do Vidigal e Chácara do Céu, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

É sabido que o anúncio antecipado da invasão permitiu a fuga dos traficantes, que deixaram para trás parte do patrimônio (drogas e armas), mas a operação serviu para o governador do Rio de Janeiro, que sempre se esconde por ocasião de tragédias, voltar à mídia na condição de Don Quixote tupiniquim. Enquanto as autoridades fluminenses gazeteiam a todo instante, os traficantes se organizam em outros pontos da cidade, pois como avisou o secretário José Mariano Beltrame, da Segurança Pública do Rio de Janeiro, em 2011 não mais haverá ocupação de comunidades carentes. Considerando que o tráfico de drogas é um negócio milionário e faz a alegria da banda podre da polícia, em breve esses criminosos estão operando à luz do dia.

Durante a ocupação das favelas, os órgãos da imprensa deram destaque à operação policial e seus detalhes, mas em nenhum momento foi ventilada a inoperância do governo federal em relação à vigilância das fronteiras brasileiras. Vizinho de muitos países sul-americanos, alguns deles conhecidos produtores de maconha e cocaína, o Brasil é altamente vulnerável à ação do crime organizado, que também despeja no território nacional uma quantidade enorme de armas longas, muitas delas de uso exclusivo das Forças Armadas. Dentre as tantas moedas utilizadas para alimentar esse negócio ilegal, os carros roubados são a principal forma de escambo dos criminosos. O roubo de carros, que cresce assustadoramente nas cidades brasileiras, conta com a complacência de alguns governantes da América do Sul, como é o caso de Evo Morales, da Bolívia, que recentemente ordenou a legalização de todos os carros que circulam no país.

Não deve ser considerado como algo normal a apreensão, pelos policiais, de algumas dezenas de armas e centenas de quilos de cocaína e maconha, tudo escondido no subsolo das favelas ocupadas. Por mais que o governo brasileiro anuncie medidas de combate ao crime nas fronteiras, a fiscalização será sempre ineficiente, pois o comércio de drogas e armas é a fonte de financiamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, que conta com o apoio da esquerda radical do planeta e as bênçãos do ditador Fidel Castro e do tiranete Hugo Chávez.