Medidas anunciadas pelo Conselho Europeu não garantem calmaria ao mundo e à zona do euro

Adrenalina total – As Bolsas de Valores da Europa reagiram positivamente à decisão dos representantes dos países que integram a Comunidade Europeia, reunidos em Bruxelas para encontrar uma saída que evite a derrocada do euro, a moeda adotada por dezessete dos vinte e sete países do bloco econômico.

As medidas anunciadas até então priorizam o ajuste fiscal, o que significa que os efeitos serão de médio e longo prazos. Mesmo assim, é cauteloso aguardar um comunicado conjunto que será divulgado ao final do encontro nesta sexta-feira (9), quando será possível prever o futuro do Velho Mundo.

O Banco Central Europeu, chamado durante a reunião, por alguns chefes de Estado e de governo, para socorrer algumas economias, informou que atuará dentro dos próprios limites, sem desrespeitar a rigidez das medidas necessárias para estancar a crise que chacoalha a Europa e se espalha pelo resto do mundo. Por mais que o anúncio oficial, a ser divulgado nas próximas horas, esteja carregado de otimismo, a realidade é bem distinta e amarga. Cinco países do bloco – Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e Espanha – estão na corda bamba e juntos acumulam dívida de 3,3 trilhões de euros.

As medidas esperadas certamente não surgirão, pois países como França e Alemanha fazem exigências duras para uma contrapartida, que seria a ancoragem da crise que preocupa diversos países do continente.

Em relação ao Brasil ainda é cedo para afirmar que nada acontecerá, pois é preciso aguardar as primeiras reações do mercado financeiro a partir das decisões tomadas em Bruxelas. Mesmo que o Palácio do Planalto tente camuflar a verdade, fato é que a Europa está a um passo de mergulhar em um sério e preocupante processo recessivo, o que disseminará pobreza. Fora isso, a incerteza que paira sobre a Europa pode fazer com que alguns países retomem suas moedas originais, o que seria catastrófico para os mais endividados.