Dilma continua acreditando que o Brasil está blindado contra a crise, mas governo gaúcho pensa diferente

Sem encaixe – Não faz muito tempo, a presidente Dilma Vana Rousseff para garantiu que o Brasil continuava blindado contra a crise econômica internacional que chacoalha a Europa, em especial os países que integram a chamada zona do euro. E a presidente foi acompanhada pelo discurso visguento do companheiro Guido Mantega, ministro da Fazenda.

Recentemente, Dilma disse que a crise seria uma oportunidade para o Brasil crescer. E Mantega mais uma vez pegou carona na fala presidencial. Diferentemente do que pensam e falam a presidente e o ministro, a realidade econômica é outra. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (12) pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), as principais economias do planeta continuam em desaceleração.

Os índices compostos calculados em outubro “continuam demonstrando uma desaceleração da atividade econômica na maioria das grandes economias, apesar das variações” de intensidade na desaceleração, informou a OCDE, que reúne a maioria dos países ricos.

Entre os países avaliados, o Brasil registrou a segunda maior queda do indicador na comparação com outubro de 2010, de 7,9%, atrás apenas do recuo de 7,8% verificado pela Índia e à frente da queda de 5,1% da zona do euro, bloco de dezessete países da União Europeia que adotaram moeda única.

No Brasil, França, Alemanha, Índia, Itália e Reino Unido, assim como na zona do euro, “os índices compostos avançados continuam assinalando fortemente uma atividade econômica abaixo de sua tendência a longo prazo”, destaca a OCDE.

Enquanto a OCDE aponta para um cenário que os ocupantes do Palácio do Planalto fingem não enxergar, especialistas do mercado financeiro apostam em uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011, que não deve alcançar a marca de 3%. Ao mesmo tempo, de acordo com o Boletim Focus (Banco Central), que compila as opiniões dos especialistas financeiros, há a expectativa de recuo da inflação em 2012, que deve sair de 5,49% para 5,42% ao ano. A taxa básica de juro, também na opinião dos analistas, deve ser menor no próximo ano, descendo de 9,75% para 9,50%.

Para mostrar que o discurso palaciano não é consenso no Partido dos Trabalhadores, o governo do Rio Grande do Sul, sob o comando do petista Tarso Genro, promoverá, por intermédio da Fundação de Economia e Estatística, ligada ao Executivo gaúcho, palestras para discutir os múltiplos efeitos da crise econômica internacional.