Geração de empregos cai 69% e Ministério do Trabalho enfrenta o pior novembro desde 2008

Marcha à ré – Divulgados pelo Ministério do Trabalho na manhã desta terça-feira (20), dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que em novembro passado foram criadas 42.735 vagas formais, número que registra queda de 69% em comparação com o mesmo mês de 2010, quando foram abertos 138.247 postos de trabalho.

A queda na geração de empregos acontece em meio à crise financeira internacional, que segundo autoridades econômicas do governo federal não afetariam a economia brasileira. Trata-se do pior resultado para o mês de novembro desde 2008, quando ocorreu o fechamento de 41 mil vagas. À época, a economia nacional sentia os primeiros efeitos da crise decorrente do “subprime” norte-americano e que levou à insolvência de algumas instituições financeiras, como o banco Lehman Brothers.

De acordo com o governo, os mais recentes dados do Caged mostram que em novembro ocorreu uma redução no ritmo de crescimento do emprego, em comparação com outubro, quando foram criados 126 mil novos postos de trabalho, o que reflete os “impactos negativos em alguns setores de atividade econômica, como a Agricultura, a Indústria de Transformação, Construção Civil e o ramo de Ensino do Setor Serviços”.

“No aspecto conjuntural, os efeitos da crise internacional parecem estar repercutindo com maior intensidade no setor da indústria de transformação, que, nesses últimos meses, vem demonstrando sinais de perda de dinamismo”, destacou o Ministério do Trabalho.

No acumulado do ano (janeiro a novembro), segundo dados do Ministério do Trabalho, o número de empregos com carteira assinada alcançou 2,32 milhões, o que representa queda de 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 2,91 milhões de vagas formais.

A situação pode piorar ainda mais, pois as medidas adotadas pelo governo federal para incentivar o consumo interno parecem ineficazes, uma vez que a redução do IPI incidente em alguns produtos é insuficiente frente às dificuldades que imperam na concessão de crédito por parte das instituições financeiras.

A recente decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, de reduzir a taxa básica e juro (Selic) só surtirá algum efeito prático dentro de seis meses, prazo médio para que resultados possam ser auferidos. O BC sinaliza com novos cortes na taxa de juro, mas esse movimento dificilmente será sentido na ponta pelo reles tomador de crédito.