Senado aprova requerimento de Alvaro Dias, que quer explicações por escrito de Fernando Pimentel

Agora vai – A Mesa Diretora do Senado Aprovou nesta terça-feira (20) requerimento do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que pede ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) informações por escrito explicações sobre consultorias prestadas entre 2009 e 2010, antes de o petista chegar à Esplanada dos Ministérios. O documento com perguntas formuladas pelo líder dos tucanos no Senado será entregue a Pimentel, que terá trinta dias para responder.

Nas últimas semanas, a base aliada na Câmara e no Senado barrou as tentativas da oposição de convocar Fernando Pimentel para dar explicações sobre o assunto em comissões diversas.

Há dias, a presidente Dilma Rousseff, amiga de longa data de Fernando Pimentel, disse, em entrevista, considerar “estranho” o fato de um ministro ter de dar explicações sobre sua “vida privada”.

Questionada sobre a necessidade ou conveniência de Pimentel ir ao Congresso Nacional para explicar as denúncias de supostas irregularidades, a Dilma tratou do assunto pela primeira vez. “O governo não acha nada. O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações no Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele. Se ele achar que deve ir, ele pode ir, se ele achar que não deve ir, ele não vá. Agora, sobre assuntos do governo é obrigado a ir”, disse a presidente.

Dilma Rousseff está correta ao afirmar que ministro não deve explicações sobre a vida privada, desde que não haja implicações com a coisa pública. Como se sabe, tráfico de influência é algo comum na esfera do poder. O problema é que apenas um em mil é flagrado cometendo o ilícito.

Fernando Pimentel é acusado de faturar R$ 2 milhões através da empresa P-21 Consultorias e Projetos, logo após deixar a prefeitura de Belo Horizonte. A dinheirama, segundo o ministro, é resultado de consultorias e palestras, muitas das quais, contratadas pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), não aconteceram.

Contudo, é importante frisar que Antonio Palocci Filho, que alcançou enriquecimento meteórico com consultorias prestadas antes de chegar à Casa Civil, foi apeado do cargo por tráfico de influência. A diferença entre Pimentel e Palocci é que o primeiro é amigo da companheira Dilma desde os tempos de militância contra a ditadura militar.