Inflação ultrapassa o teto da meta, esbanja força e destaca a maldição da herança deixada por Lula

Mostrando força – Diferentemente das profecias palacianas, a inflação parece resistir às investidas do governo. De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, registrou subiu 0,56% em dezembro, depois de registrar alta de 0,46% no mês anterior. Com isso, o indicador acumula alta no ano de 6,56%, número acima do teto da meta de inflação fixado pelo governo, de 6,5% pelo IPCA.

Entre os grupos que compõem o índice, o “Alimentação e Bebidas” saltou de 0,77% em novembro para 1,28% em dezembro. Entre os itens que contribuíram para essa alta está a carne, que ficou 4,36% mais cara em dezembro. O grupo “Habitação” também registrou alta, passando de 0,40% em novembro para 0,54% em dezembro. Contribuíram para a alta setorizada os seguintes itens: condomínio (0,74%), energia elétrica (0,65%) e artigos de limpeza (0,67%).

Logo após assumir a presidência, em janeiro de 2003, Luiz Inácio da Silva e seus assessores adotaram o discurso da herança maldita, como forma de transferir ao governo de Fernando Henrique Cardoso qualquer tropeço da administração petista. Com o passar dos meses esse palavrório foi abandonado, sendo ressuscitado por ocasião da campanha presidencial de 2006, quando Lula disputou a reeleição. Na sequência o termo foi utilizado algumas raras vezes, mas caiu em desuso depois que o ex-metalúrgico deixou à sua sucessora, Dilma Rousseff, a pior de todas as heranças. Inflação resistente em um país que durante oito anos esteve sob o manto da corrupção e do ufanismo.

A bolha de virtuosismo que Lula e seus seguidores criaram e venderam ao mundo como a maior das soluções começa a estourar, mas até então não surgiu um corajoso para falar no assunto.