Servidores da Secretaria de Combate à Pobreza da Bahia promovem festa nababesca de final de ano

Fio trocado – Por mais que alguns desavisados acreditem no impossível, coerência é algo inexistente no mundo da política. Pelo menos é essa a conclusão a que chega qualquer pessoa que acompanha o noticiário brasileiro.

Na abençoada Bahia de Todos os Santos, os servidores da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza deram incontestáveis mostras de incoerência. Para comemorar a chegada do final do ano, os servidores participaram de uma festa de confraternização animada, como acontece em qualquer parte do País. O problema ficou por conta do valor da locação do espaço para a festa.

De acordo com o jornalista Samuel Celestino, do Bahia Notícias, o aluguel custou R$ 18 mil por uma só noite. A festança, com direito a todas as benesses que o dinheiro proporciona, aconteceu no Unique Eventos, definido no site da própria empresa como o local “perfeito para quem procura alto nível”.

A cara comemoração dos “servidores da pobreza”, em Salvador, contou com a apresentação do coral da Superintendência de Assistência Social (SAS – Sedes) e um DJ que tocou até o raiar do dia. Ao jornalista Samuel Celestino um servidor que participou do regabofe não escondeu sua indignação: “Saí de lá às duas da manhã e ainda tinha bebida e comida à vontade. Garçons pra lá e pra cá o tempo todo. Achei uma incoerência enorme uma secretaria gastar todo essa quantia apenas com a locação do espaço, fora comida e bebida”.

O secretário de Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro, se valeu de uma clássica resposta e disse que no evento não foi utilizado dinheiro público. “Foi tudo patrocinado”, disse o secretário, que não soube dizer os nomes dos patrocinadores. “Vou ter que sentar com a comissão organizadora da festa amanhã (quarta-feira, 21) para saber”, completou. A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza foi criada em 2007, no primeiro mandato do governador Jaques Wagner, com o objetivo de promover a erradicação da pobreza no estado.

No caso de o evento ter recebido dinheiro público, por menor que seja o valor, é caso de polícia. Considerando que as palavras do secretário são verdadeiras e que o evento de fato foi patrocinado, quem comandou esse escárnio deveria ser demitido a bem do serviço público, pois trata-se de uma afronta ao contribuinte, já que coerência é mercadoria rara na política.