Crescente em algumas capitais, inflação anula a profecia de Lula e derruba previsão otimista de Dilma

Sirene acionada – Até recentemente, a inflação era considerada pelas autoridades palacianas como um inimigo quase derrotado, pois no Planalto Central o que sobra é uma legião de herdeiros de Aladim, aquele folclórico e literário gênio da lâmpada maravilhosa. O desdém que autoridades do governo dispensam ao mais temido monstro da economia resulta de uma decisão da cúpula do Partido dos Trabalhadores, que não quer ver seu expoente maior, Luiz Inácio da Silva, atirado às trevas da maledicência.

Tão logo chegou ao poder central, em janeiro de 2003, o PT lançou mão de uma invencionice chamada “herança maldita”, pois só assim seria possível justificar o não cumprimento das promessas feitas por Lula durante a primeira campanha presidencial bem sucedida.

Nesta segunda-feira (26), primeiro dia útil da gastança que culminou com o Natal, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou os números referentes ao Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S). De acordo com a entidade, a inflação acelerou em cinco das sete capitais pesquisadas. Em São Paulo, que corresponde a 50% do IPC-S, o índice ficou em 0,65%, o que representa 0,06 ponto percentual acima do divulgado na segunda semana de dezembro, que foi de 0,59%.

A FGV também detectou alta do IPC-s em Salvador (de 0,87% para 1,10%), Belo Horizonte (de 0,62% para 0,70%), Recife (de 0,63% para 0,74%) e Rio de Janeiro (de 1,02% para 1,06%).

As duas capitais que apresentaram movimento contrário fora Brasília, com queda de 0,76% para 0,59%, e Porto Alegre, onde a inflação caiu de 0,31% para 0,12% no período.

Divulgado na última sexta-feira (23), o IPC-S de 22 de dezembro registrou variação de 0,78%, 0,06 ponto porcentual acima da taxa divulgada na última apuração.

Durante os longevos oito anos em que esteve no Palácio do Planalto, Lula se valeu do encomendado e mentiroso slogan “Brasil, um país de todos”. Não custa lembrar que em tempos de inflação o país torna-se exclusividade dos especuladores. Na sequência, Dilma Rousseff adotou o slogan “País rico é país sem miséria”, dando sequência ao populismo barato do antecessor. Acontece que a inflação é a senha para se entrar no universo da miséria, mesmo que para isso seja preciso um pouco de tempo.

A continuar assim, a inflação anulará facilmente o discurso da presidente Dilma Rousseff, que disse na última semana que 2012 será um ano de muita prosperidade.