Alvo de denúncias e do fogo amigo, Mario Negromonte entrega logo mais sua carta de demissão

Baile do adeus – Incensado ao Ministério das Cidades com o apoio do petista Jaques Wagner, governador da Bahia, o deputado federal licenciado Mario Negromonte deve entregar ainda nesta quinta-feira (2) a sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, durante encontro no Palácio do Planalto.

Alvo de denúncias de irregularidades na pasta, Negromonte viu diminuir suas chances de permanecer no cargo com a recente demissão de dois assessores. O primeiro a cair foi Cássio Peixoto, ex-chefe de gabinete do ministro das Cidades. Na sequência, o Palácio do Planalto decidiu demitir João Ubaldo Dantas, amigo de Negromonte e chefe da assessoria parlamentar do ministério.

Como há meses vem noticiando o ucho.info, Mario Negromonte tornou-se alvo de uma intifada que dividiu o Partido Progressista, ao qual o ministro é filiado. O racha começou com a substituição do líder do partido na Câmara dos Deputados. O paranaense Nelson Meurer foi apeado do cargo e substituído pelo paraibano Aguinaldo Ribeiro, indicado pelos principais operadores da rebelião, os senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL).

Sem que o governo federal tivesse apurado de forma rigorosa as denúncias, Negromonte deixa a pasta por causa do chamado fogo amigo. O deputado federal Vilson Covatti (PP-RS) é um dos defensores dessa tese. “Ele continuou tendo o fogo amigo, e acho que se desgostou com isso porque continuam as criticas. Ele continua sangrando sem necessidade”, declarou o parlamentar gaúcho em entrevista.

Com a decisão da presidente Dilma Rousseff de que o Ministério das Cidades continuará com o PP, cresce a cada instante a possibilidade de Aguinaldo Ribeiro assumir o comando da pasta. Em outras palavras, chegará à Esplanada dos Ministérios a turma que incendiou a legenda com o estrito objetivo de derrubar Negromonte.

Com a dança de cadeiras, a presidente Dilma estará endossando a continuidade das possíveis transgressões que levaram à queda do ministro. Ou seja, haverá apenas e tão somente a troca da raposa que toma conta do galinheiro.